O empresário bilionário Jared Isaacman afirmou na quarta-feira (9) que, se for confirmado no cargo de administrador da Nasa, vai priorizar o envio de astronautas americanos a Marte, sem abandonar os planos para uma missão tripulada à Lua em 2027. A declaração foi dada durante audiência no comitê de comércio, ciência e transporte do Senado dos Estados Unidos, responsável por avaliar a nomeação do bilionário para o comando da agência espacial.Isaacman, de 42 anos, é fundador e CEO da empresa de pagamentos Shift4 e conhecido por financiar com recursos próprios suas viagens ao espaço. Em setembro de 2024, participou da missão privada Polaris Dawn, durante a qual se tornou o primeiro civil a realizar uma caminhada espacial. Em 2021, integrou a primeira tripulação totalmente privada a orbitar a Terra, em uma missão de três dias.“Como o presidente (Donald Trump) afirmou, vamos priorizar o envio de astronautas americanos a Marte”, disse o empresário.“Mas, até chegarmos lá, inevitavelmente teremos que retornar à Lua e avaliar os benefícios econômicos, científicos e estratégicos de manter presença por lá”, acrescentou.Segundo ele, o objetivo da agência, caso seja aprovado pelo Senado, será acelerar o cronograma atual da Nasa, que prevê o retorno à Lua como etapa preparatória para o pouso em Marte no fim de 2030.“Acho que não precisa ser um ou outro”, afirmou. Isaacman questionou ainda por que o retorno à Lua tem demorado tanto e exigido investimentos tão altos.O plano atual da Nasa, criado durante o primeiro mandato de Trump e mantido sob o ex-presidente Joe Biden, é o programa Artemis, que prevê o estabelecimento de uma base lunar permanente para apoiar uma futura missão a Marte. A nova abordagem sugerida por Isaacman propõe desenvolver paralelamente as iniciativas para os dois destinos.O senador republicano Ted Cruz, do Texas, presidente do comitê que avaliou a nomeação, apoiou a proposta de retorno acelerado à Lua. Ele alertou para a ameaça estratégica representada pela China, que já mantém uma estação espacial em órbita da Terra e realizou missões na face oculta da Lua.“Não estamos caminhando para uma nova corrida espacial — ela já está acontecendo. Ceder agora pode significar uma Lua vermelha, dominada pela China, nas próximas gerações”, disse Cruz.Isaacman, amigo pessoal de Elon Musk, fundador da SpaceX, reconheceu que seu nome não é o mais tradicional para comandar a agência.“Nunca trabalhei na Nasa, não sou cientista, e tenho sido relativamente apolítico”, afirmou.“Mas não considero isso uma fraqueza”, ressaltou o bilionário.Se for aprovado, Isaacman será o 15º administrador da Nasa e substituirá Bill Nelson, ex-astronauta e ex-senador. Será também o mais jovem a liderar a agência espacial e um dos poucos com experiência direta em voos espaciais.Durante a audiência, Cruz destacou que a Nasa vive um “momento de encruzilhada”, com a crescente atuação do setor privado no espaço. Para o senador, Isaacman traria uma “perspectiva única” sobre o futuro da indústria espacial, que hoje vai muito além dos limites dos governos e das forças armadas.“O crescimento explosivo do setor espacial comercial, da produção de equipamentos ao turismo espacial, mudou o cenário celeste e econômico”, disse Cruz.“A democratização do espaço impulsiona o progresso, reduz custos e inspira as novas gerações — mas o futuro da última fronteira nunca foi tão incerto”, disse o senador.O Senado americano não confirmou a nomeação de Isaacman na quarta-feira (9). Os congressistas disseram que ainda têm perguntas adicionais para o indicado. A votação pode acontecer na próxima terça-feira (15).Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp