Um trecho do documentário Ocean, narrado pelo naturalista David Attenborough, mostra peixes tentando escapar de uma rede de pesca de arrasto de fundo, método amplamente utilizado pela indústria pesqueira.Essa técnica consiste em rebocar redes pesadas pelo leito marinho para capturar peixes e outras espécies. Durante o processo, também são recolhidos crustáceos, moluscos, corais, esponjas e diversos organismos que vivem no fundo do oceano.A pesca de arrasto é praticada em larga escala em todo o mundo. Surgiu no século XIV e se popularizou após a industrialização da pesca no final do século XIX. A modalidade de profundidade tem como alvo espécies de alto valor comercial, como bacalhau, rockfish, lulas e camarões. As redes podem ter o tamanho de um quarteirão e capturar milhares de animais marinhos em uma única operação.Essa prática apresenta uma das maiores taxas de captura acessória entre os métodos de pesca profissional. No Pacífico Norte, por exemplo, é responsável por 18% das capturas anuais e 82% dos descartes, podendo chegar a mais de 90% em algumas situações. Embora geralmente tenha como foco uma única espécie, a maior parte do que é recolhido é descartada.Além de matar diretamente muitos peixes e outros organismos, a pesca de arrasto também causa impactos duradouros no fundo do mar. O arrasto desloca sedimentos, destrói habitats, aumenta a opacidade da água e libera poluentes e carbono acumulado sob o leito oceânico.As imagens do documentário mostram cardumes tentando escapar enquanto o equipamento avança pelo solo marinho.O Reino Unido, local das filmagens, deve anunciar uma proibição parcial da prática em metade de suas áreas marinhas protegidas. A medida será discutida durante a Conferência Oceânica da ONU, que acontece até a próxima sexta-feira (13), em Nice, na França.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp