O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, definiu, nesta quinta- feira (9), como "complicada" a negociação para prolongar um acordo que permite a exportação de cereais ucranianos, apesar da ofensiva da Rússia na Ucrânia.
Lavrov disse que "se o acordo for aplicado pela metade, então a questão de sua extensão se torna bastante complicada", afirmando que as cláusulas do pacto que deveriam beneficiar a Rússia "não foram aplicadas de forma alguma".
"Só podemos estender o que já foi aplicado", insistiu, em entrevista coletiva após encontro em Moscou com seu homólogo da Arábia Saudita, Faisal bin Salman Al Saud.
A chamada Black Sea Grains Initiative, nome oficial do acordo de exportação de grãos dos portos ucranianos, é resultado de um pacto celebrado em 22 de julho que ajudou a aliviar a crise alimentar mundial causada pelo ataque russo à Ucrânia.
O acordo, vital para o abastecimento mundial de alimentos, foi renovado em meados de novembro pelos quatro meses de inverno e expira em 18 de março.
A Ucrânia pediu na terça-feira esforços internacionais para manter abertas as rotas marítimas do Mar Negro usadas para transportar seus grãos.
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A Rússia reclama que a parte do acordo que deveria permitir a exportação de fertilizantes sem sanções ocidentais não está sendo respeitada "de jeito nenhum".
"As sanções proíbem navios russos que transportam grãos e fertilizantes de entrar nos portos relevantes e navios estrangeiros de entrar em portos russos para pegar essas cargas", disse Lavrov.
Caso o acordo não seja renovado, a crise alimentar mundial pode ser aprofundada, com alta dos preços e monopolização do mercado.