Senado espanhol aprova suspensão da autonomia da Catalunha

O Senado espanhol aprovou nesta sexta-feira (27) a ativação do artigo 155 da Constituição, que permite que o governo central assuma o comando da região autônoma da Catalunha. Após a votação, que teve 214 votos a favor da intervenção, 47 contrários e uma abstenção, o governo convocou uma sessão extraordinária para debater a crise.

Com isso, Madri designará comissários para atuar na Catalunha e convocar novas eleições. Mas como o controle direto funcionará na prática, incluindo a reação de servidores civis e da polícia, ainda é incerto.

A ação do Senado espanhol foi votada pouco depois de o Parlamento regional da Catalunha aprovar a independência da região.

A moção foi aprovada na assembleia regional de 135 membros com 70 votos a favor, dez contra e dois votos em branco, afirmou o presidente do Parlamento.

O premiê espanhol, Mariano Rajoy, definiu a independência como um "ato criminoso" e "contra a lei", anunciando que o governo "tomará as medidas necessárias para restabelecer a legalidade".

Mais cedo, ele já havia declarado que "medidas excepcionais só deveriam ser adotadas quando nenhum outro remédio é possível".

— Na minha opinião, não há alternativa. A única coisa que pode ser feita é aceitar e cumprir a lei.

"Estamos enfrentando um desafio inédito em nossa história recente", disse Rajoy, que adotou uma postura inflexível contra a campanha independentista da Catalunha.

O principal grupo separatista da Catalunha, a ANC (Assembleia Nacional Catalã), pediu que servidores civis não cumpram ordens do governo espanhol, depois que Madri autorizou um regime direto sobre a região.

A ANC pediu que todos os servidores civis catalães respondam com "resistência pacífica".