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Terremoto: 'Eram blocos de rocha caindo sobre pessoas', conta geólogo brasileiro

O número de mortos e feridos já passa de 4.400, conforme informações do governo local divulgadas neste domingo (10)

Internacional|Da Agência Brasil

Geólogo conta que construções marroquinas não têm estrutura para resistir a terremotos
Geólogo conta que construções marroquinas não têm estrutura para resistir a terremotos

Era fim do jantar em um restaurante em Marrakech, no Marrocos, e a equipe do Geoparque de Seridó, do Rio Grande do Norte, aguardava um táxi, quando sentiu o chão tremer “meio que em ondas que vibravam”.

“A gente se abrigou na praça. Sentimos pela segunda vez outro abalo de menor magnitude e um mais leve, no final." Quem faz o relato é o geólogo Marcos Nascimento, do Departamento de Geologia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e coordenador científico do Geoparque Seridó.

Ele e mais três integrantes da comitiva do parque estavam em Marrakech no momento em que a cidade foi atingida por um terremoto de magnitude 6.8 na escala Richter no último dia 8. O grupo participava da 10ª Conferência Internacional de Geoparques Mundiais da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

O geólogo conta que, por todo lado, ouviam-se sirenes e viam-se comboios de ambulâncias. O número de mortos já passa de 2 mil, conforme últimos dados do governo local.


Nascimento explica que a cidade de Marrakech fica próxima da região das altas montanhas, chamada Alto Atlas, onde há o encontro de duas placas tectônicas, da África e da Europa. Essas placas colidiram por volta das 23h20 (19h20 no Brasil) da última sexta-feira, provocando forte tremor no país, localizado no norte da África. A medina, onde estão as construções mais antigas e importante ponto turístico, foi a área mais afetada de Marrakech.

“Não são preparadas [as construções] para esse tipo de impacto e muitas foram demolidas. Com isso, se gerou um caos, porque eram blocos de rocha caindo sobre pessoas, sobre casas e carros. E a gente lá, no meio de tudo isso”, relata Nascimento à Agência Brasil.


Após o terremoto, a equipe entrou em contato com as demais comitivas brasileiras e soube que todos estavam bem. O grupo do Geoparque Seridó deixou o Marrocos e já está em Portugal para missões técnicas. Eles regressam a Natal no próximo sábado (16).

Ajuda

Com o cancelamento das atividades da conferência em razão do terremoto, os conferencistas participaram de mutirões para ajudar a população local, com doação de sangue e dinheiro. “Houve também doação de dinheiro de quem pagou inscrição para participar da excursão que seria realizada hoje e teria direito à devolução do dinheiro. Essa doação foi para ajuda humanitária na região de Marrakech e no entorno”, disse.

A conferência reuniu 195 geoparques mundiais da Unesco de cerca de 50 países.

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