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Terroristas do Hezbollah disparam mais de cem foguetes em direção a Israel

Alguns projéteis foram interceptados pelo sistema de defesa antiaéreo, e outros caíram em áreas abertas

Internacional|Do R7

Tensões aumentaram na fronteira entre Israel e o Líbano nos últimos dias Reprodução/Redes sociais

O grupo terrorista libanês Hezbollah lançou mais de cem foguetes em direção ao território israelense nesta sexta-feira (20), informaram as FDI (Forças de Defesa de Israel).

Na região das Colinas de Golã, Safed e Alta Galileia, foram identificados cerca de 120 lançamentos que partiram do Líbano. Alguns projéteis foram interceptados pelo Domo de Ferro, o sistema de defesa antiaéreo israelense.

Também houve ataques em direção à cidade de Meron, a cerca de 9 km da fronteira com o Líbano, e ao moshav Netu’a, localizado a 1,3 km do território libanês. Aproximadamente 20 mísseis foram usados pelos terroristas.

Foguetes e estilhaços caíram em áreas abertas, e não há registro de feridos, acrescentaram as FDI.


Ataque em Beirute

Ataque em Beirute teria sido contra liderança do Hezbollah Reprodução/Redes sociais

As FDI divulgaram, por volta das 16h (10h no horário de Brasília) a realização de um ataque a um alvo em Beirute, capital do Líbano.

Segundo a imprensa israelense, que teve acesso a um relatório preliminar, trata-se do assassinato de um alto funcionário do grupo terrorista Hezbollah.


Já a emissora de TV libanesa Al Mayaden mostrou imagens de pessoas caminhando em meio a destroços de edifícios e carros. O ataque ocorreu em um subúrbio ao sul de Beirute, área controlada pelo grupo terrorista.

Quatro mísseis foram lançados em direção a um prédio residencial onde estaria ocorrendo uma reunião de terroristas.


O que é o Hezbollah

Desde o ataque do grupo terrorista palestino Hamas a Israel, em 6 de outubro do ano passado, as tensões na fronteira com o Líbano também aumentaram, com investidas do Hezbollah, aliado do Hamas.

Hezbollah significa “Partido de Alá” ou “Partido de Deus”, nome que foi dado pelo ex-aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini.

A organização foi fundada no início da década de 1980, no Líbano, e conta com a maior fatia de apoio militar e financeiro iraniano. O grupo faz parte da estratégia do Irã de exportar os ideais da Revolução Islâmica, em 1979.

O Departamento de Estado dos EUA estimou, em 2018, que Teerã enviava mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões, na cotação atual) anualmente ao Hezbollah, cifra que caiu a partir de 2020 devido a sanções americanas, à queda da cotação do petróleo e à pandemia de Covid-19.

O secretário-geral da organização, Sayyid Hassan Nasrallah, afirmou, em 2016, que “o orçamento do Hezbollah, tudo o que ele consome, suas armas e mísseis, vem da República Islâmica do Irã”.

Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em 2020 o Hezbollah havia se tornado o ator não estatal mais fortemente armado do mundo, com pelo menos 130 mil foguetes e mísseis.

O poder financeiro fez com que o Hezbollah entrasse para a política libanesa ao concorrer a cargos públicos pela primeira vez em 1992, conquistando postos importantes no governo e no setor econômico do país desde então.

O grupo foi o responsável pelo assassinato do então primeiro-ministro do Líbano Rafic Hariri, em um atentado com bomba, em 2005.

O Hezbollah tem algum apoio dentro do Líbano, principalmente da população xiita, mas a maioria da população não endossa suas ações.

Segundo o Wilson Center, durante a década de 1980 o Hezbollah realizou vários atentados suicidas contra pessoal e instalações dos EUA no Líbano, além de tomar dezenas de reféns estrangeiros, incluindo mais de uma dúzia de americanos.

Na Guerra do Líbano em 2006, o Hezbollah desempenhou um papel central como ator não estatal, ao entrar em confronto com as Forças de Defesa de Israel. O conflito começou quando o grupo capturou dois soldados israelenses na fronteira e lançou foguetes contra cidades e vilarejos no norte de Israel.

A organização demonstrou sua capacidade militar, disparando uma grande quantidade de foguetes em direção a Israel e causando danos materiais e baixas civis. A guerra resultou em uma intensa ofensiva israelense no sul do Líbano, mas o Hezbollah conseguiu resistir e infligir perdas significativas às forças israelenses.

O conflito se encerrou com um cessar-fogo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e teve um impacto profundo na política e na segurança da região, consolidando ainda mais o status do Hezbollah no Líbano e no cenário internacional.

Nesta semana, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o país estava entrando em uma “nova fase” da guerra, com o foco se movendo para o norte, em uma referência à fronteira com o Líbano, território dominado pelo Hezbollah.

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