Com a morte do prefeito Fuad Noman (PSD), nesta quarta-feira (26), Álvaro Damião (União) será o quinto chefe do Executivo municipal eleito democraticamente a comandar Belo Horizonte sem um vice. Na história da capital mineira, o contexto se repetiu antes e após a redemocratização, seja por questões de saúde ou para a disputa de outros cargos, segundo o Arquivo Público Municipal.Em setembro de 1954, Sebastião de Brito, do PSP (Partido Social Progressista), assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte após a morte do então prefeito Américo Renné Giannetti. Brito ocupou a cadeira até janeiro de 1955, quando houve uma nova eleição.Após a redemocratização, Eduardo Azeredo, do PSDB, se tornou prefeito em 1990 com a renúncia de Pimenta da Veiga, que disputou o Governo de Minas. Veiga ficou em terceiro lugar e Hélio Garcia foi eleito neste ano. Azeredo governou a capital mineira até 1993.Em novembro de 2001, foi a vez de Fernando Pimentel (PT). Ele se tornou Prefeito de Belo Horizonte após a renúncia de Célio de Castro, por questões de saúde. Pimentel concluiu o mandato, foi reeleito e administrou a capital mineira até 2009.Em 2022, o então prefeito Alexandre Kalil, à época do PSD, renunciou ao cargo para disputar o Governo de Minas. O vice Fuad Noman (PSD) assumiu o executivo municipal e foi reeleito em 2024. Agora, o vice de Noman, Álvaro Damião, se torna o prefeito de Belo Horizonte, o quinto sem um vice.Segundo a linha sucessória, quem assume a prefeitura na ausência de Damião é o presidente da Câmara Municipal, o vereador Juliano Lopes (Podemos), eleito no dia 1º de janeiro.Álvaro Damião assumiu a prefeitura de Belo Horizonte, como prefeito em exercício, no dia 4 de janeiro, quando Fuad Noman (PSD) pediu licença do cargo devido a uma internação para tratar uma pneumonia. O prefeito ficou internado desde então e não voltou a exercer o cargo.Anteriormente, em 4 de julho de 2024, Fuad Noman revelou ter sido diagnosticado com câncer no sistema linfático, sem detalhar o tipo do tumor. Noman passou por tratamento de quimioterapia, concluído em 14 de outubro, antes do segundo turno das eleições.No início de dezembro, o político ficou cerca de 10 dias internado com pneumonia e sinusite. Ele usou antibióticos venosos para combater as doenças. Na época, o prefeito também passou por reavaliação oncológica, que acusou remissão do câncer. No dia 19 de dezembro, Noman foi hospitalizado com sangramento intestinal, desidratação e diarreia. Segundo os médicos, a suspeita é que o quadro tenha sido causado pelo uso de anticoagulante oral. O prefeito chegou a ficar dois dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas sem uso de apoio respiratório. Ele recebeu alta médica no dia 23 de dezembro e passou o Natal em casa, de onde também estava trabalhando.Na posse, no dia 1º de janeiro, Fuad foi empossado prefeito pela segunda vez em cerimônia remota. O político apareceu em chamada de vídeo ao lado da esposa. Ele usava máscara de proteção no rosto e fez o juramento com dificuldade na fala.Na tarde do dia 03 de janeiro de 2025, Noman foi internado com insuficiência respiratória aguda e precisou de assistência respiratória. Ele estava internado desde então.Na noite desta terça-feira (25), Fuad sofreu uma parada cardiorrespiratória, o que agravou seu quadro de saúde. Segundo boletim médico, divulgado pelo hospital na manhã desta quarta-feira (26), a causa da morte foi “consequência das complicações médicas de um linfoma não-Hodgkin”.