Pessoas de todo o Brasil fazem fila para comprar cobras de um criatório que fica em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os animais que nasceram este ano já estão comprados e outras 300 pessoas já estão na fila de espera para 2015.
De acordo com Thiago Lima, biólogo e dono do local, o criatório possui 500 jiboias atualmente. A mais barata custa R$ 1.300 e a mais cara, R$ 3.000. Ele conta que a procura é enorme.
— Tem fila de espera sem divulgar. A demanda mesmo é por filhotes porque quem compra quer que o animal cresça com ele. São animais que ficam grandes mas extremamente dóceis.
A espécie criada por Lima reproduz uma vez a cada dois anos e pode chegar a 40 anos de idade. As cobras são alimentadas com camundongos e por serem répteis precisam de pontos para se aquecer. No criatório, todos os recintos têm placas quentes para aumentar o metabolismo do animal. A maior réptil do local tem 3,20 metros.
Em julho deste ano os novos donos de jiboias receberão seus pets. Alguns vão de avião, já que os pedidos são de todo o Brasil. O mercado legal de venda de cobras chega a movimentar R$ 600 milhões por ano.
O biólogo Nilo Bittencourt é amante desses animais. Ele tem um em casa e faz de tudo para agradá-lo.
— O Eico é como se fosse um filho pra mim. Ele já é praticamente da família e tem uma vida de rei; o ambiente no qual ele vive é totalmente esterelizado, é tratado com camundongo de laboratório alimentado com ração específica.
Mercado de cobras no país
Há três criatórios de cobras licenciados em todo o Brasil. Desde dezembro de 2002 está proibido a abertura de novos criatórios, por isso, segundo Lima, há 12 anos a produção está estagnada e a demanda só aumenta. Ainda de acordo com o biólogo, 99% do mercado é atendido por animais ilegais.