Bebê morre durante parto e pai denuncia suposto erro médico
Comerciante de Ibirité (MG) relata que a mulher dele implorou para que fosse feita uma cesariana, mas os obstetras alegaram não ser possível
Minas Gerais|Virgínia Nalon, da Record TV Minas
Um comerciante de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, procurou a PM (Polícia Militar), na noite desta sexta-feira (5), para denunciar um suposto erro médico após o filho dele morrer durante o parto, no Hospital e Maternidade Regional da cidade.
Onédio Lobo Bragança filmava o trabalho de parto da companheira para registrar a chegada do primeiro filho do casal. O que parecia ir bem, virou um pesadelo momentos depois, quando a gestante começou a reclamar de fortes dores.
O comerciante contou à reportagem que Ana Lúcia Sueli Alves, de 19 anos, chegou à unidade de saúde com a bolsa já rompida. Devido às dores, a jovem foi anestesiada, mas, ainda assim, implorou para que fosse feita uma cesariana.
— Ela [Ana Lúcia] disse que não aguentaria o parto e iria morrer, mas os médicos alegaram que para fazer a cesariana precisava de um motivo.
Bragança conta que os médicos usaram um instrumento conhecido como fórceps pra puxar o bebê.
— A médica pegou o fórceps e veio puxando. Quando ele chegou a certa altura, ela pegou no pescoço do nené e puxou. Eu vendo aquilo e não podia fazer nada.
O menino nasceu com 3,7 quilos. Sem respirar, o recém-nascido foi logo atendido pela equipe médica, mas não resistiu.
— De cara já colocaram respiração artificial nele, tentando reanimá-lo. Depois o levaram para outra sala e ligaram vários aparelhos.
Bragança lembra que Ana Lúcia conseguiu segurá o bebê apenas por alguns minutos. Théo era o primeiro filho da dona de casa que tinha o sonho de ser mãe.
Uma equipe da Polícia Militar esteve no local ainda durante esta madrugada, após ser acionada pelo pai da criança. O pai relatou no boletim de ocorrência que suspeitava que o uso do fórceps pode ter causado a morte do recém-nascido.
Segundo o tenente Juliano Cota, da PM, a equipe médica relatou aos agentes que a criança teve três paradas cardíacas assim que nasceu. Os especialistas afirmaram que todos os procedimentos necessários foram adotados.
O militar informou que os agentes da corporação não perceberam lesões no corpo da criança, mas apenas a perícia do IML (Instituto Médico Legal) vai indicar o que ocorreu.
Ana Lúcia continua internada na maternidade, mas não corre risco de morte. A reportagem procurou o hospital para comentar o caso, mas ainda não teve retorno.