Minas Gerais Comunidade quilombola teme impactos com mineração na Serra do Curral

Comunidade quilombola teme impactos com mineração na Serra do Curral

Além da líder da comunitária do quilombo Manzo, outras entidades apresentaram argumentos contrários à exploração da área 

  • Minas Gerais | Ana Gomes, Do R7, com Priscilla de Paula, Da Record TV Minas

Manifesto foi lançado em entrevista coletiva

Manifesto foi lançado em entrevista coletiva

Priscilla de Paula/Record TV Minas

O projeto Manuelzão e outros movimentos contrários à mineração na Serra do Curral lançaram, nesta sexta-feira (6), um manifesto com apoio de artistas, intelectuais e especialistas em apoio à casa. Durante a entrevista coletiva, representantes dos órgãos expuseram argumentos contra o empreendimento da empresa Tamisa na área.

O ato "Tira o Pé da Serra" tem quase 60 mil assinaturas de cidadãos comuns e 500 de artistas, intelectuais e formadores e opinião que são favor da proteção da Serra do Curral. 

Uma das comunidades que teme o avanço da exploração do local é o quilombo Manzo. O local foi reconhecido em 2013 como patrimônio de Belo Horizonte e em 2018 conseguiu o registro para o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico). A líder comunitária Makota Kidoiale questiona que os moradores e órgãos não tenham sido consultados sobre os impactos da área.

"Além de estarem violando os nossos direitos como território quilombola, estão violando a prática de manutenção da nossa terra. Vão contra a nossa existência”, afirmou.

Em conversa, ao vivo, com a repórter Priscilla de Paula, a líder comunitária do Taquaril, Ednéia Aparecida Souza,  comentou sobre os impactos que os moradores sentem há anos devido à mineração na região. O mais intenso é a poluição do ar que invade as casas e o pulmão dos moradores. Ela teme que a situação piore com o empreendimento da empresa Tamisa na área. 

Já o médico e professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Arthur Nicolato, se posicionou em defesa da saúde da população.

“O dano maior que a gente pode é à vida. A saúde perdida é irreversível. Participar do movimento não é defender a Serra. É defender a saúde!", defendeu. 

Empreendimento 

No dia 30 de abril, a CMI (Câmara de Atividades Minerárias) e o Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) aprovaram, após 19 horas de audiência, a exploração da Serra do Curral pela mineradora Taquaril, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo ambientalistas, o empreendimento pode destruir uma área equivalente a 1.200 campos de futebol, a mineradora diz que esse número é menor. Desde então, órgãos públicos, ambientalistas e cidadãos comuns vêm sem manifestando e entrando com ações para suspender a licença cedida. Na tarde desta quinta (05), o Ministério Público de Minas Gerais informou que ajuízou uma ação em defesa da Serra do Curral que solicita a suspensão imediata da licença.

Por outro lado, a secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais, Marília Carvalho de Melo, defendeu, nesta quinta-feira (5), a legalidade da aprovação do complexo minerário da Tamisaesta em Audiência realizada na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). 

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