Uma conversa em uma rede social entre Flávio de Castro, de 36 anos, e um amigo francês detalham os últimos passos do brasileiro que está desaparecido há mais de uma semana em Paris. Nesta terça-feira (03), as malas de Flávio serão abertas na Embaixada brasileira com a presença de amigos que se mobilizam na cidade para encontrá-lo.A última troca de mensagens que Flávio teve com o amigo francês foi no dia 26, data que voltaria para o Brasil. O voo estava marcado para 12h. O mineiro chegou a fazer check-in online, mas não embarcou. No início da manhã, por volta de 08h40, o amigo pergunta o que aconteceu com Flávio. O brasileiro responde que está bem, mas com o celular quase acabando a bateria e que vai guardar para falar com o seguro viagem. Flávio conta ao amigo que caiu no Sena e que está no hospital.“Eu caí no Sena, e eu fiquei lá quase três horas, talvez mais, antes de ser salvo pelos Bombeiros”. “O problema é que meu voo para o Brasil parte daqui a algumas horas e eu estou no Hospital Georges Pompidou até que um médico venha me examinar”, diz Flávio nas mensagens.O mineiro continua: “Os bombeiros disseram que tenho sorte de ainda estar vivo. Eu não consegui sair da água e fiquei lá por muito tempo”. “Em algum momento, eu comecei a gritar até que um senhor me ouviu e chamou os bombeiros”, detalha.O amigo francês demonstra preocupação, diz que Flávio o assustou e tranquiliza o brasileiro dizendo para ele não se preocupar com o voo, que o seguro viagem vai cuidar disso e que o importante é que ele fique bem. O amigo chega a oferecer levar um carregador para Flávio no hospital, mas tem dúvida se o deixariam entrar e Flávio diz que vai pedir um carregador no próprio hospital. O amigo pede para que Flávio o mantenha atualizado.Às 12h52, Flávio manda uma foto na empresa responsável pelo apartamento onde ele estava hospedado. Ele explica que o Hospital o liberou no horário do voo e que vai tentar conseguir mais um dia na hospedagem para conseguir comprar outra passagem. O amigo responde “Que ótimo” acompanhado de dois áudios que a reportagem não teve acesso.Uma hora depois, Flávio manda uma foto de como ficou o casaco que usava quando caiu no Rio Sena e avisa que vai tentar descansar. O amigo responde: “Simm, descanse. Você quer que eu te arrume algo para comer mais tarde?”. O mineiro diz ao amigo que já almoçou: “Não. Obrigada. Eu almocei perto do escritório da empresa, depois que me deram as roupas”. A última mensagem de Flávio para o amigo é, às 14h52, uma foto que mostra com roupas limpas andando na rua.Depois da foto, o amigo tentou contato com Flávio, mas não obteve mais resposta.O sócio pede ajuda do Governo brasileiro para que as imagens de câmeras de segurança instaladas nas ruas de Paris também sejam utilizadas para ajudar a encontrar o fotógrafo. A polícia francesa realizou buscas em necrotérios, hospitais, centro psiquiátricos e centros sociais a procura do brasileiro, mas ele não foi localizado.A família e amigos de Flávio pedem ajuda do Governo brasileiro para que as imagens de câmeras de segurança instaladas nas ruas de Paris também sejam utilizadas para ajudar a encontrar o fotógrafo. O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, informou que tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional.