Os deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Zeca Dirceu (PT-PR) acionaram o STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta terça-feira (17), solicitando que o órgão peça esclarecimentos ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre as declarações dadas em referência aos ataques extremistas de 8 de janeiro em Brasília. Os parlamentares, que são o atual representante do PT na Câmara e o representante eleito, questionam a veracidade das falas pronunciadas pelo político a uma rádio de Porto Alegre (RS), nesta segunda-feira (16). Na oportunidade, Zema sugeriu que o governo federal "fez vistas grossas" à mobilização dos manifestantes extremistas para que "o pior acontecesse" e, assim, o governo se fizesse de vítima no caso. "Com esse comportamento em tese criminoso, o Interpelado acusa não apenas o Chefe do Poder Executivo, mas também os Integrantes do Poder Judiciário e do Poder Legislativo de omissões direcionadas para a produção de um resultado danoso, na medida em que todos titularizam, de forma lato sensu, a Administração Pública Federal", explicaram os deputados, destacando que eles também teriam tido a imagem manchada pela declaração do governador. "Trata-se de uma afirmação torpe, reprovável, caluniosa, incompatível com a dignidade e estatura de quem governa um dos maiores e mais importantes Estados da Federação", avaliaram os parlamentares sobre as falas de Zema. Na ação, os deputados pedem ao STJ que requisite a Zema um esclarecimentos em até 48 horas, respondendo: a) quais as acusações efetivas que o interpelado realmente quis assacar contra os membros do Poder Executivo Federal, do Legislativo (no que se insere os interpelantes) e do Judiciário? b) quais as provas concretas (materiais) que o interpelado tem para assentar que o "governo facilitou os ataques no DF para se fazer de vítima" ou que o "governo queria a ocorrência do resultado, como ocorreu"? c) se o interpelado considera como ordeiras e legítimas as manifestações da extrema direta, na qual se postulam, entre outros objetivos, o fechamento do Supremo Tribunal Federal e uma intervenção militar no país? Por fim, os políticos ainda pedem que a falta de respostas ou o fornecimento de informações incompletas ou inverídicas darão "margem de imediato à propositura das competentes ações civis e criminais". A reportagem procurou o Governo de Minas Gerais para falar sobre o caso e aguarda o retorno. O STJ ainda não informou se já acatou os pedidos dos deputados. O Planalto ainda não comentou as declarações de Zema.