O empresário e ex-deputado mineiro Márcio Passos foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. Conforme o R7 revelou nesta terça-feira (7), com exclusividade, Passos foi preso pela Operação Fraternos, desencadeada pela PF para apurar um esquema de fraudes em licitações públicas nas prefeituras de Porto Seguro, Eunápolis, Santa Cruz Cabrália, no Sul da Bahia. Com mandado de prisão temporária (cinco dias) expedido pelo TRF1 ( Tribunal Regional Federal da Primeira Região), em Brasília, ele está detido na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Ex-deputado estadual e federal, Passos é apontado como proprietário de uma empresa de software que foi contratada pela Prefeitura de Porto Seguro. Ele foi preso no luxuoso condomínio Grand Líder Olympus, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima. O advogado do ex-deputado, Guilherme Victor de Carvalho, disse que vai se posicionar ainda hoje.Contratos milionários De acordo com a PF, os contratos fraudados com as três prefeituras da Bahia somam, juntos, R$ 200 milhões. Os três prefeitos foram alvos de mandado de condução coercitiva, quando o investigado é obrigado a se apresentar para prestar depoimento. Os gestores de Porto Seguro e Eunápolis se apresentaram somente nesta quarta-feira (8) para prestar depoimento. Já o prefeito de Santa Cruz Cabrália foi interrogado ontem à tarde.Leia mais notícias no Portal R7 As investigações apontam que as prefeituras envolvidas contratavam empresas relacionadas ao grupo familiar para fraudar licitações, simulando a competição entre elas. Após a contratação, parte do dinheiro repassado pelas prefeituras era desviado. O esquema, segundo a PF, utilizava-se de “contas de passagem” em nomes de terceiros para dificultar a identificação do destinatário final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam para membros da organização criminosa. Não é a primeira vez que Passos é investigado por uma operação policial. Em 2008, ele foi alvo da operação João de Barro da PF em Minas, responsável pela investigação de um esquema de desvio de verbas na construção de casas populares, custeado pelo Pac (Programa de Aceleração do Crescimento).