A família da criança que se envolveu em um atrito com jogador de futebol Réver, do Atlético Mineiro, na noite passada, registrou mais um boletim de ocorrência nesta sexta-feira(17), denunciando um série de ameaças virtuais feitas por supostos torcedores do clube.
A família acredita que tenha tido o número de telefone vazado na internet. Entre as mensagens recebidas, estão ameaças de morte e claro apoio ao clube.
Os pais e o advogado da familia, Felipe Saliba, afirmam que vão processar o atleta e o clube. Saliba considera absurdo o apoio declarado pelo Atlético Mineiro ao zagueiro do time.
O advogado diz que processará o jogador e o clube pelas agressões. Por medidas de segurança, o advogado informou que a família não está mais em casa.
Entenda o caso
O zagueiro Réver, capitão do Atlético-MG, se envolveu em uma briga com um torcedor do Cruzeiro, na noite desta quinta-feira (16), no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana.
O jogador aguardava para embarcar com a família para Porto Alegre quando foi parado por algumas pessoas para tirar fotos. O torcedor do time rival, que estava acompanhado do filho, teria provocado o atleta fazendo com os dedos o placar de 6 a 1, em referência ao confronto antigo entre os times celeste e alvinegro.
Segundo Gustavo Faria, assessor do atleta, o jogador não gostou e reclamou da provocação. Logo em seguida, o homem partiu para cima do zagueiro, que tentou se defender. Em um vídeo divulgado pelas redes sociais, o jogador aparece sem camisa no saguão do aeroporto, escoltado pelos seguranças.
"Ele iria embarcar agora. Primeiro dia de férias. Uma pessoa pediu para tirar foto e ele, com toda a presteza, parou. A pessoa, que descobrimos depois que é cruzeirense, fez uma brincadeira de mau gosto. O Réver não gostou. Eles começaram uma discussão. A pessoa estava alterada e quis brigar", explicou o assessor sobre o caso.
Já o torcedor envolvido deu outra versão da confusão. Segundo ele, Réver, que estava bêbado, agrediu a família dele.
"Nós estamos indo para um hospital em Sete Lagoas. Meu filho está com um dedo machucado e minha esposa vai fazer um raio-x do braço", contou o homem por áudio.
A assessoria do jogador negou que ele estivesse alcoolizado. Réver foi levado ao Centro Integrado de Segurança Pública para dar esclarecimentos e não comentou o caso com a imprensa.
Depois de prestarem depoimento, o jogador e o torcedor foram liberados. Por orientação do departamento jurídico do Atlético-MG, Réver fará um exame de corpo de delito, pois durante a briga teve lesões leves nos braços e no pescoço.
Pelas redes sociais, o clube alvinegro disse que "está fechado com seu capitão" e considerou que as agressões e insultos não foram dirigidos ao jogador, mas a toda a "massa atleticana".
Já o Cruzeiro escreveu em seu perfil no Twitter: "Agressão contra uma criança, quando confirmada, seja quem for o autor, seja qual for o clube da criança agredida - e, obviamente, mesmo que nada tenha de relação com futebol -, será uma agressão e, portanto, desprezível e indefensável".
* Estagiários sob supervisão de Pablo Nascimento