Em casa ainda traumatizado pelo 'trote' recebido, Ayrton Carlos Veras, estudante da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), relembra os momentos antes de entrar em coma por causa dos desafios feitos pelos colegas. “Eu via que eles forçavam bebidas alcoólicas exageradamente”, afirma a vítima. Ayrton conta que no primeiro dia na universidade foi informado pelos estudantes que não haveria os trotes, mas não foi o que aconteceu. “Um estudante me falou que toda vez eles falam que não tem, mas sempre tem”. O jovem conta que ele precisava passar pelas chamadas "batalhas" para conquistar a vaga na república, que pertence à universidade e é administrada pelos alunos. “Serviço da casa, que envolvia mão de obra mais especializada, nós que fazíamos, eu até reboquei uma parte da casa, carreguei entulho”, relata. O estudante precisou ficar internado durante 16 dias. Após o ocorrido, ele trancou a matrícula no curso de engenharia e voltou para a casa da família, no Maranhão, e disse que não pretende voltar para Ouro Preto.O caso O caso aconteceu no início de agosto deste ano. Ayrton Carlos Veras foi levado em estado grave para o hospital e entrou em coma. O jovem afirma que foi obrigado a ingerir cachaça, molho de pimenta e molho shoyu. “A autoridade policial procedeu à requisição de exames periciais e as investigações seguem em andamento na Delegacia de Polícia Civil em Ouro Preto”, informou a Polícia Civil. Em nota, a Ufop informou que foi avisada pelo aluno sobre o caso na última quarta-feira (19), data em que também recebeu uma denúncia por meio da ouvidoria. Segundo a reitoria da instituição, um procedimento administrativo foi instaurado para apurar os fatos.