Hospital terá que pagar R$ 70 mil para mãe que teve filha trocada na maternidade
Mulher descobriu o erro só oito anos depois; caso aconteceu em Itambacuri
Minas Gerais|Do R7
O Hospital Tristão da Cunha, em Itambacuri, no Vale do Rio Doce, foi condenado pela Justiça mineira a pagar R$ 70 mil para uma mulher que teve o bebê trocado na maternidade da instituição. Ela só descobriu o erro, que aconteceu em 2002, oito anos depois.
A vítima, C.D.C, foi internada em maio daquele ano em trabalho de parto. Ela teve uma menina, que foi batizada como M.D.B.S. No entanto, em junho de 2010, foi intimada a comparecer no fórum da cidade para passar por um exame de DNA já que havia a possibilidade de que sua filha tivesse sido trocada na maternidade. A ação foi proposta por um lavrador que contestava a paternidade da outra criança, identificada como D.B.R.P, verdadeira filha de C.
A análise do exame confirmou a tese de que a criança não era filha do trabalhador rural e nem de sua mãe de criação, L.B.L. Diante dos fatos, o juiz Emerson Chaves Motta recolheu o prontuário médico de L. e a interrogou, já que havia indícios de que ela tivesse pegado a criança de outra pessoa para criar como sua. No entanto, um conjunto de provas comprovou que houve a troca dos bebês.
C. decidiu entrar na Justiça contra a instituição de saúde, alegando que a troca de bebês “não pode ser encarada como um incidente normal ou corriqueiro”. Ela afirma que sua vida repentinamente “virou de ponta-cabeça” e que sofreu constrangimento, dor e abalo na paz de espírito. Apesar de manter o amor pela criança que criou, ela alega que sua vida perdeu o rumo diante da dor por sua filha biológica estar em outra família.
A juíza Juliana Mendes Pedrosa, da Vara Cível de Itambacuri, condenou o hospital a indenizar C. em R$ 50 mil. Ambas as partes recorreram ao Tribunal de Justiça. Os desembargadores Otávio de Abreu Portes e Wagner Wilson Ferreira aumentaram o valor da indenização para R$ 70 mil.
A Polícia Civil investiga se houve negligência por parte do Hospital Risoleta Neves no caso da bebê que nasceu em uma sala, sem acompanhamento médico, mesmo depois da mãe reclamar de dores e ter sangramento. A recém-nascida morreu após ficar 16 dias internada: