O Ministério das Relações Exteriores foi notificado nesta semana pela CIDH (Comissão Interameriana de Direitos Humanos) para apresentar informações sobre o despejo de famílias que viviam no Quilombo Campo Grande, na cidade de Campo do Meio, a 315 km de Belo Horizonte.
A ação de despejo no acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foi realizada pela Polícia Militar de Minas Gerais em agosto, em meio à pandemia de covid-19 e foi criticada por organizações ligadas aos direitos humanos.
Em nota, o Itamaraty confirmou ter recebido a notificação na última segunda-feira (30). "O MRE remeteu a referida solicitação de informações aos órgãos competentes. Tão logo recebidas, serão encaminhadas à CIDH", afirmou a pasta.
Quilombo Campo Grande
As famílias que viviam no acampamento do MST em Campo do Meio, desde 1998, foram despejadas pela Polícia Militar na madrugada do dia 12 de agosto. De acordo com o MST, centenas de viaturas, policiais, drones e até um helicóptero cercaram o imóvel, que fica no entorno da antiga Usina Ariadnópolis, que faliu em 1996.
Os moradores acusaram a PM de truculência. Durante a operação, uma escola rural foi derrubada. À época, a Polícia Militar afirmou que cumpria uma decisão judicial de reintegração de posse de uma fazenda.