A Justiça determinou que a prisão do fisiculturista Weldrin Lopes de Alcântara, de 44 anos, detido por atirar contra a atleta Ellen Otoni, de 37 anos, seja convertida de temporária para preventiva. O caso aconteceu em fevereiro deste ano, no apartamento do suspeito, localizado no bairro Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.· Compartilhe esta notícia no WhatsApp · Compartilhe esta notícia no Telegram A decisão é do último dia 20 de abril e foi proferida pela juíza Bárbara Heliodora Quaresma Bomfim, do Tribunal do Júri de Belo Horizonte . A magistrada também determinou medida protetiva contra Weldrin, na qual o proibe de ter qualquer tipo de contato com a vítima, a família dela ou com as testemunhas do caso, principalmente por redes sociais e via mensagens de celular. Na decisão, a magistrada apontou que a prisão preventiva do acusado se justifica por se ter elementos suficientes que evidenciam de que se trata de uma pessoa perigosa. “Diante da periculosidade do acusado e de seu envolvimento em atividade criminosa, mostra-se a prisão imprescindível para garantir a ordem pública”, pontuou a juíza. Na decisão, Bárbara cita trechos do depoimento de Ellen sobre o dia dos disparos contra ela. A vítima descreve que ficou duas horas na porta do condomínio de Alcântara, esperando que ele chegasse, o que ocorreu por volta de 22h daquele dia. A mulher, que também é fisiculturista, relata que mostrou para Alcântara que ele a teria bloqueado nas redes sociais e, nesse momento, o homem propôs que eles fossem de imediato para Pedro Leopoldo, na região metropolitana, onde Ellen mora. Ela recusou, e o homem teria começado a gritar com ela. A fisiculturista alega que eles tinham um relacionamento, mas o homem nega.Os disparos Em depoimento, Ellen descreve que Alcântara entrou no corredor do apartamento e, quando ela percebeu, ele já teria voltado com a arma em punho, apontada para ela. A vítima descreve, com detalhes, os seis tiros que levou do então companheiro naquela noite. O primeiro tiro, segundo a vítima, a acertou na mandíbula, no lado esquerdo do rosto. “A declarante nem tinha conseguido olhar para o rosto dele de tão rápido que foi; Que a declarante sentiu os dentes parar no meio da boca; Que nesse momento a declarante foi ao encontro de Weldrin e ele deu o segundo tiro que pegou de raspão do lado seio esquerdo da declarante; Que a declarante acabou caindo no chão, de lado momento em que recebe o terceiro tiro na nuca dado por Weldrin; Que A declarante fala que mesmo caída no chão Weldrin intencionalmente disparava a arma pela terceira vez”, traz o depoimento de Ellen. Após o terceiro tiro, Ellen descreve que reuniu força para empurrar Weldrin para o sofá da casa. Ao cair sobre ele, Weldrin teria efetuado o quarto tiro que parou no bíceps da atleta. “A partir desse tiro, a declarante tenta defender-se dando soco no braço direito de Weldrin; Que Weldrin encostou no seu ombro direito e efetuou o quinto tiro; Que a declarante novamente tentou defender-se deferindo um novo soco no braço direito dele, braço que Weldrin segurava a arma de fogo; Que neste momento, a declarante desequilibrou e a sua perna esquerda levantou; Que neste momento Weldrin desfere o sexto disparo de arma de fogo na coxa esquerda da declarante”, descreve Ellen em depoimento. Após o sexto tiro, Ellen teria conseguido dar outro soco em Weldrin, que teria deixado a arma cair. Aproveitando desse momento, a atleta teria conseguido sair do apartamento para buscar ajuda. Em depoimento, Weldrin Alcântara deu uma versão diferente. Ele alegou que foi esvaziar o tambor da arma com ela apontada para o chão e que só percebeu que Ellen havia sido atingida quando olhou para o chão e viu o sangue e que não saberia descrever onde teria acertado a vítima. No processo, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) pontuou que Weldrin Alcântara agiu de forma fria e com violência extrema. “A forma de execução do crime, a violência extremada praticada pelo denunciado e a frieza com que agiu são circunstâncias indicativas de sua personalidade agressiva e periculosidade, características estas que impõem medo e temor na vítima e testemunhas, razão pela qual sua prisão se faz necessária para a garantia da ordem pública e por necessidade de garantia da instrução criminal”, opinou o MPMG. A reportagem tenta contato com a defesa de Alcântara.Relembre o caso: