Alunos são alfabetizados na Apae da capital mineira
Record MinasRepresentantes de escolas especiais de vários municípios de Minas, como Nova Era, Brumadinho, Pará de Minas, Itabira e Formiga fizeram uma manifestação na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) nessa quarta-feira (7). A manifestação pressionou os deputados estaduais, que saíram de seus gabinetes para acompanhar o protesto.
As mães de estudantes matriculados em escolas especiais se desesperam com a possibilidade de que as unidades sejam fechadas. Segundo elas, muitas pessoas com necessidades especiais não são bem aceitas em escolas comuns.
— Se acabarem com a escola da minha filha, que tem 33 anos, ela vai ficar em casa, vai deixar de aprender, vai perder vida.
A argumentação das mães é de que as escolas regulares já têm dificuldade para lidar com seus estudantes e teriam ainda mais com o recebimento de alunos que necessitam de atenção especial, como surdos, cegos, mudos, pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências.
MEC
A proposta do Ministério da Educação é a de levar os alunos especiais para dentro das escolas comuns, na chamada "inclusão radical". O objetivo seria criar uma educação "universal". A questão, no entanto, não é bem aceita por alguns dos representantes das pessoas com necessidades especiais, como o deputado federal Eduardo Barbosa, presidente da Federação das Apae's do Brasil.
— Nós também defendemos que a escola comum deve estar aberta às pessoas com deficiência, só que nós trabalhamos com pessoas diferentes. O ambiente educacional tem que ser apropriado, diferenciado, as turmas têm que ser extremamente reduzidas, com metodologias diferenciadas.
Grande marcha
De acordo com o deputado federal Eduardo Barbosa, uma grande marcha nacional está marcada para o próximo dia 14, em Brasília, rumo ao Senado. O objetivo é pressionar para que os senadores não alterem o texto do projeto aprovado na Câmara, favorável às escolas especiais.