O serviço de metrô de Belo Horizonte continua em greve total. Em votação unânime durante assembleia na manhã deste sábado (25), os metroviários decidiram pela continuidade do movimento, que já dura 11 dias. A categoria pede estabilidade nos empregos após a privatização do metrô, que foi leiloado à iniciativa privada no ano passado. "A gente pede desculpas. Sabemos dos contratempos que uma greve traz, principalmente no setor de transporte público, mas infelizmente essa greve é pela manutenção dos 1.600 empregos", avalia Alda Lúcia dos Santos, presidente do Sindimetro-MG (Sindicato dos Metroviáriso de Minas Gerais). Segundo Alda, a intenção da categoria é ir a Brasília nesta segunda-feira (27), para conseguir uma audiência com o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) pedindo para que seja cumprida a promessa de que o metrô não seria privatizado. Ainda conforme a presidente do Sindimetro, o contrato com o Grupo Comporte será assinado no próximo dia 10 e os trabalhadores ainda não sabem o que será feito depois. "A princípio, a gente tem 12 meses de estabilidade, mas isso não quer dizer nada. E depois, como fica? Nós temos percebido que há um interesse da Comporte em demissão, quando ela fala em automatização", argumenta. Uma próxima assembleia está marcada para quarta-feira (1º), às 17h, na Estação Central do metrô de Belo Horizonte.Escala mínima No dia 15 de fevereiro, o TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais) concedeu uma liminar que determina a escala mínima de funcionamento diário de 70% dos trens, observada a totalidade da escala prevista em relação às linhas e aos horários habitualmente praticados, além do funcionamento de 100% dos serviços de segurança em período integral, o que não foi cumprido pela categoria. Também ficou instituída multa diária ao sindicato em caso de descumprimento da liminar, de R$ 150 mil nas datas de Carnaval (entre 17 e 22 de fevereiro) e de R$ 100 mil nos demais dias. Devido ao não cumprimento da escala mínima, no dia 17 de fevereiro, a Justiça do Trabalho determinou a cobrança imediata de R$ 250 mil e determinou o bloqueio imediato do valor nas contas do Sindimetro.*Estagiária sob supervisão de Pablo Nascimento