Mulher morre em frente a hospital em BH e mãe denuncia negligência
Carla Mércia Lima, de 47 anos, acompanhava a mãe no Hospital do Ipsemg, em BH, quando começou a passar mal e caiu na recepção
Minas Gerais|Regiane Moreira, da RecordTV Minas
Uma vendedora de 47 anos morreu na porta do Hospital do Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), na região hospitalar, em Belo Horizonte. A mulher estava à espera de um carro de aplicativo que a levaria a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Ela não teria conseguido atendimento no Ipsemg, onde sua mãe estava internada, porque não seria beneficiária. A unidade de saúde atende aos servidores públicos estaduais.
Carla Mércia Ferreira Lima, de 47 anos, estava no serviço médico de urgência com a mãe, que estava internada por conta de uma infecção urinária. As duas passaram a noite no local.
Pela manhã, segundo a mãe, Carla começou a passar mal com dor no braço e no peito. Ela chegou a relatar a um médico que, ainda segundo a família, só teve a pressão aferida. Ela ainda teria sido orientada a procurar atendimento em outro local, já que não tinha o convênio Ipsemg.
Ela afirma que a morte da única filha aconteceu por negligência de profissionais que deveriam salvar vidas.
- Os médicos deixaram minha filha morrer, por falta de atendimento. Com muito custo um médico olhou a pressão dela, tava 15 por qualquer coisa. Ela perguntou pra ela se ele não poderia dar um remedinho e ele falou que era "fora de ética".
A vendedora estava na calçada, esperando o carro de aplicativo para buscar ajuda em uma UPA, quando caiu já sem vida. De acordo com o comerciante Márcio Lara, ela não tinha condições para se deslocar a outro lugar.
- Eu vi a Carla saindo de dentro do hospital, dizendo que estava com muita dor e que as pessoas falaram que ela tinha que ir para a UPA. Ela nao tinha condições porque estava com dor forte e estava com a mãe internada.
A aposentada registrou um boletim de ocorrência e pretende acionar a Justiça contra o Ipsemg e o médico que teria se recusado a atender a filha.
Em nota, o Ipsemg garantiu que atendeu a mulher durante 1h20 depois de ela sofrer um mal súbito. Disse, ainda, que ela havia sido atendida por uma equipe de avaliação ao se queixar de dores e que essa equipe constatou que ela apresentava sinais vitais, estava acordada, conversando e andando, normalmente. O corpo de Carla Lima será enterrado na manhã desta sexta-feira (22), no cemitério do Bonfim, na capital mineira.