Os operadores do sistema de ônibus de Belo Horizonte deixaram de receber R$ 1,4 milhão na primeira parcela do subsídio, devido ao descumprimento de metas. A diferença no valor foi confirmada pela prefeitura nesta sexta-feira (28). Na quinta-feira (27), o líder do governo na Câmara de BH, vereador Bruno Miranda (PDT), já havia adiantado a divergência à Record TV Minas. O desconto, segundo a Sumob (Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte), foi feito no pagamento tanto das empresas de transporte convencional quanto dos concessionários do sistema suplementar, os chamados "amarelinhos". O contrato previa o repasse de R$ 17.966.946,89 para as companhias do sistema tradicional, mas elas acabaram recebendo R$ 16.859.389,47. O valor representa 93,84% do montante programado. Já os operadores dos "amarelinhos" deveriam ter recebido R$ 716.667,02, mas ficaram com R$ 416.021,40. Uma das falhas identificadas pela Sumob é a realização de viagens. A distância percorrida pelos ônibus ficou abaixo da programada pela prefeitura. Nos veículos grandes, o cumprimento da meta chegou a 94,86%. Nos suplementares, foi de 72,51%. "Se a viagem não aconteceu dentro daquilo que estava previsto no quadro de horários, temos condição de punir. Para isso, temos arsenal tecnológico para o monitoramento", observou André Dantas, chefe da Sumob. Em nota, o Setra (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) avaliou que o descumprimento da meta pode ter relação com atrasos nos horários das viagens. “As viagens validadas são remuneradas e as viagens com atraso superior ao permitido não são validadas e, portanto, não estão sujeitas à remuneração complementar”, explicou. “O SetraBH destaca que em um universo de 23 mil viagens por dia, em um trânsito caótico e sem tratamento preferencial para os ônibus, é inevitável que algumas viagens atrasem, principalmente nos horários de pico”, alega. O sindicato ressaltou que aguarda a implementação urgente de faixas exclusivas e pontuou que está atuando para garantir melhorias no atendimento. A reportagem procurou o sindicato que representa os suplementares e aguarda retorno.· Compartilhe esta notícia no WhatsApp · Compartilhe esta notícia no Telegram André Dantas ressalta que, apesar dos números abaixo da meta, houve melhorias no sistema desde que o acordo para pagamento do subsídio entrou em vigor e a passagem voltou a custar R$ 4,50, no dia 8 de julho. Nos dias úteis, a prefeitura identificou um aumento de 185 viagens, sendo 112 em 11 linhas alvos de reclamação dos usuários. Aos sábados, o acréscimo foi de 155 viagens. Segundo Dantas, a avaliação vai ser feita a cada dez dias. Nesse período, a Sumob recebeu 1.653 reclamações de usuários via WhastApp. As fiscalizações realizadas culminaram em 619 autuações, dois veículos recolhidos e recolhimento de 39 autorizações de tráfego. "Não podemos estar em todos os locais, mesmo com todos os sistemas mais avançados. Precisamos separar as coisas. Uma coisa é serviço emergencial, como vidro quebrado relatado por usuários. Neste caso, há atuação imediata. Nossa equipe se desloca para o veículo e recolhe. Mas há questões estruturais, como a necessidade de viagem adicional em horário determinado, que precisam ser avaliadas no sistema como um todo", avalia Dantas. As reclamações podem ser feitas pelo aplicativo PBH APP, pelo portal de serviços da prefeitura, neste link, ou via mensagem de WhatsApp, pelo número (31) 98472-5715.