O Parque das Mangabeiras, um dos cartões postais de Belo Horizonte, completou 40 anos nesta sexta-feira (13). O local é a maior área verde da capital e o parque com a melhor estrutura, chegando a receber 3 mil pessoas aos domingos e feriados. No entanto, ambientalistas estão preocupados com a situação da área, depois que o Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) aprovou a instalação de um complexo minerário na Serra do Curral. Para celebrar as quatro décadas do parque, várias atividades serão realizadas ao longo do fim de semana. Neste sábado (14) e domingo (15), a exposição "Parque das Mangabeiras 40 anos - história, lazer e preservação ambiental" vai apresentar uma aula sobre a fauna e flora do local por meio de fotografias. São dezenas de espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e invertebrados que vivem ali, além de cerca de 350 variedades de plantas nativas e quase 60 nascentes. O espaço também irá promover atividades para o público infantil e uma feira de economia solidária, que contará com 50 expositores.Parque já foi espaço de mineração Quem se depara com as belezas do espaço, que é emoldurado pela Serra do Curral, nem imagina que o parque já serviu como um espaço de mineração. Para a felicidade dos mineiros, a preocupação com o meio ambiente veio a tempo e a construção do parque permitiu que toda a diversidade presente aqui fosse preservada. “A exploração se encerra exatamente pela proximidade com a área urbana e pela importância da área verde para a saúde da cidade. Foi uma promessa e fez-se realmente um parque incrível ali”, conta a brigadista e ambientalista Jeanine Oliveira. “É muito saudável a gente ainda ter dentro da cidade um parque como o Mangabeiras, que possui quatro biomas. A gente encontra serapilheira de altitude, a gente consegue trânsito de pequenos mamíferos, a diversidade dos passarinhos e os indicadores de qualidade do ar, umidade, que mantém o clima da cidade aceitável para nós seres humanos”, explica Jeanine. Agora, após a aprovação da exploração da Serra do Curral pela mineradora Tamisa, ambientalistas e protetores do parque se preocupam com os riscos. O processo de mineração tem duas etapas: na primeira, espera-se extrair 31 milhões de toneladas de minério ao longo de 13 anos. A segunda consiste na lavra de 3 milhões de toneladas de itabirito friável rico, com dois anos de implantação e nove de operação, o que para muitos estudiosos pode ameaçar a região e os moradores da Grande BH. Ainda de acordo com a Jeanine, é preciso que exista uma mobilização de diversos setores para evitar que o pior aconteça. “O próprio governador pode suspender a licença, a Semad (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), o Copam. A gente pode ter uma ação na justiça e estamos esperando ansiosamente que o judiciário proteja essa área verde. Várias medidas podem ser tomadas, mas elas estão nas mãos de quem quer que a mineração aconteça e isso está provado ao longo do processo de licenciamento”, aponta a ambientalista.