O reajuste do preço da passagem dos ônibus de Belo Horizonte não agradou nem um pouco os passageiros do coletivo. O aumento para R$6 foi anunciado pela Prefeitura de BH nesta quarta-feira (19), após reunião entre representantes das empresas de ônibus e o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) e gerou grande repercussão entre os usuários. Karla Nascimento e Gabriela Amaral compartilham da mesma revolta. Elas contam que a estrutura dos coletivos é precária e o trajeto é sofrido até o centro de Bh. "Você já chega estressado no trabalho, não consegue produzir o dia inteiro e todo mundo perde", desabafa Karla. A corretora tem no celular o contato para fazer reclamações desde o ano passado, e coleciona diversos vídeos e fotos que documentam os problemas enfrentados pelos passageiros. Para Karla, o aumento de 33% no preço da passagem não se justifica, uma vez que o serviço não é de qualidade. "Ônibus sujo, sem ar-condicionado, os de bairro não têm mais sinal, você tem que ficar gritando o motorista, é lotado, é muito sujo", conta. Gabriela concorda com a companheira de coletivo. Ela diz que tem muitas reclamações do serviço ruim, de atrasos e lotação, que deixam os passageiros mais nervosos e com o clima tenso. "É um descaso com a sociedade", argumenta. Nesta quinta-feira (20), na Estação São Gabriel, a escada rolante não funcionava. Esse é somente um dos diversos problemas enfrentados pelos usuários do transporte público na capital mineira. O reajuste passa a valer a partir de domingo (23) e foi decidido em uma reunião entre representantes da prefeitura, das empresas de ônibus e do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). A nova tarifa fica em vigor até que a CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) vote o projeto de Lei que prevê uma remuneração complementar para as empresas de ônibus e autoriza repasses de quase R$500 mi para as concessionárias. Além disso, o PL prevê que as empresas sejam pagas por Km rodado. A intenção, segundo a PBH, é que os cofres públicos arquem com a diferença entre as receitas e os custos do sistema para aliviar o bolso dos usuários do transporte. A prefeitura garante que os R$6 ainda estão abaixo do reajuste socilitado pelas empresas de ônibus, que é de R$6,90. Na CMBH, o decreto do prefeito Fuad Noman vai encontrar resistência, já que os vereadores querem garantias de que a passagem não vai aumentar e que as empresas vão cumprir o número mínimo de viagens.