O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, morreu na manhã desta quarta-feira (26), por complicações médicas de um linfoma não-Hodgkin. O motivo da morte foi confirmado, por meio de um boletim médico, pelo Hospital Mater Dei, localizado na região centro-sul de Belo Horizonte, onde Fuad estava internado desde o dia 3 de janeiro.No início da manhã desta quarta-feira (26), o Hospital informou que o prefeito havia sofrido uma parada cardiorrespiratória na noite de terça-feira (25) e que seu estado de saúde era grave. Fuad Noman chegou a ser reanimado, mas seu quadro evoluiu para um choque cardiogênico, necessitando de doses elevadas de drogas vasoativas e inotrópicas para estabilização. O prefeito teve também um quadro de insuficiência renal aguda, complicação decorrente da parada cardiorrespiratória. Diante das complicações, o prefeito não resistiu.O prefeito Fuad Noman enfrentou um câncer durante campanha eleitoral em 2024. No dia 6 de julho de 2024, o prefeito informou, em coletiva de imprensa, o diagnóstico de Linfoma não-Hodgkin. Na ocasião, Noman anunciou que manteria sua campanha à reeleição e que não se licenciaria da administração municipal.Durante alguns meses, o prefeito Fuad Noman conciliou o tratamento contra o câncer com os trabalhos na prefeitura e os compromissos da agenda eleitoral. No dia 14 de outubro, dias antes do segundo turno das eleições, Fuad anunciou que foi liberado pelos médicos do tratamento que realizava para combater a doença, tendo concluído todas as sessões de quimioterapia.“Semana passada eu fiz a última semana de quimioterapia. Ontem fui liberado pelo médico de todo processo de tratamento. Logicamente, eu vou fazer o acompanhamento permanente agora. Estou bem. Graças a Deus, sem mais nenhuma sequela da doença. Está superado”, declarou na época.Fuad Noman continuou a campanha e venceu as eleições no segundo turno. No entanto, a partir do mês seguinte, em novembro, ele enfrentou uma sequência de complicações médicas e internações. No dia 3 de janeiro, Fuad foi internado com um quadro de pneumonia e não saiu mais do hospital. Na noite desta terça-feira (25), Fuad sofreu uma parada cardiorrespiratória, o que agravou seu quadro de saúde. Segundo boletim médico, divulgado pelo hospital, a causa da morte foi “consequência das complicações médicas de um linfoma não-Hodgkin”.O linfoma é um câncer que acomete as células do sangue, mais especificamente, os linfócitos. O linfoma de não-Hodgkin diz respeito a um grupo de mais de 80 tipos distintos da doença. Uma vez que há o diagnóstico, é identificado o tipo de linfoma e o estágio em que ele se encontra.Os tipos de linfoma são diferenciados segundo a célula linfoide afetada (B ou T). Para a classificação, também é considerado o tamanho e a forma. Eles são divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos. Os indolentes são aqueles que possuem crescimento lento e é possível acompanhar a doença sem necessariamente um tratamento. Já os agressivos são aqueles que possuem crescimento acelerado e exigem tratamento imediato.O médico hematologista Anderson Silva explica alguns sintomas que podem indicar o diagnóstico: “O linfoma pode cometer qualquer órgão. Os locais mais comuns são: pescoço, axila, abdômen, virilha e tórax. Dependendo de onde tem, a pessoa pode perceber um aumento na região e pode causar algum sintoma. Podem ter perda de peso, febre sem origem determinada e sudorese noturna”.O tratamento pode ser feito por quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e, em alguns casos, transplante de células-tronco. A tendência de taxa de cura é elevada. Segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, nos últimos 25 anos, o número de novos casos duplicou, em especial em pessoas acima dos 60 anos idade. No entanto, ainda não se sabe o motivo para esse aumento.“A grande maioria não tem causa definida, não tem um fator de risco. Pode acometer tantos idosos quanto crianças. A população vivendo mais, a tendência é que tenha mais câncer”, explicou Silveira.Veja o pronunciamento de Fuad Noman quando anunciou o diagnóstico.