Suspeitos colocam fogo em ônibus na Grande BH e deixam bilhete
Carta entregue ao motorista do coletivo em Ribeirão das Neves denunciava supostas agressões sofridas por detentos em penitenciárias de Minas Gerais
Minas Gerais|Luiz Casoni, da Record TV Minas

Dois homens são procurados pela PM (Polícia Militar) suspeitos de colocarem fogo em um ônibus, na cidade de Riberião das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta quarta-feira (16).
Moradores do bairro Neviana registraram o fogo. Em um vídeo é possível ver as chamas se alastrando dentro do coletivo. O incêndio causou uma fumaça densa e escura, além de atingir a rede elétrica, o que deixou a região sem luz.
Cléber Silva, motorista da linha 6360, que liga o bairro da cidade da Grande BH à capital mineira, contou que estava sozinho em sua última viagem da noite e seguia para a garagem quando dois suspeitos encapuzados o renderam.
Ainda segundo relatos do motorista à polícia, a dupla pediu para que ele saísse de dentro do coletivo e começaram a atear fogo. Antes de ir embora, os vândalos deixaram um bilhete com o homem.
"Venho reivindicar os direitos de todos os presos que estão sendo espancados na cadeia", dizia a carta.
Na cidade de Ribeirão das Neves ficam cinco unidades prisionais. Quatro presídios públicos e um privado. Logo depois do incêndio os suspeitos fugiram. Eles ainda não foram identificados. A polícia vai investigar de qual penitenciária partiu a ordem para atacar o coletivo.
A corporação fez buscas na região para impedir novos ataques contra outros ônibus. Cléber Silva conta que foi uma siutação que ele nunca passou desde que começou a trabalhar na profissão.
— É menos um ônibus para a população. Quem vai ter o prejuízo maior são as pessoas que dependiam do ônibus.
Procurada, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) informou que sete casas do bairro ainda estão sem energia elétrica. Equipes da companhia foram enviadas ao local para fazer reparos. A previsão é de que o serviço seja restabelecido até às 11 horas da manhã desta quinta-feira.
A reportagem também entrou em contato com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), que informou que a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar autoria, circunstâncias e a motivação do fato.
A pasta também disse que mais detalhes e informações sobre o caso serão prestados em outro momento.