Belo Horizonte e Região Metropolitana foram castigadas por forte temporal durante a tarde desta quarta-feira (29). As cidades mineiras são palco mais uma vez de cenas de estragos causados pela força dos ventos e volume de água. Segundo a Defesa Civil de BH, por volta das 16h20, chovia extremamente forte nas regionais Venda Nova, Norte e Nordeste. Foram registradas ocorrências de alagamento em grandes avenidas e o trânsito precisou ser interrompido em alguns pontos. Nas cidades vizinhas, houveram ocorrências de casas submersas, carros arrastados e ruas destruídas.Em Ribeirão das Neves, no bairro Florença, diversas casas ficaram completamente submersas com a subida do nível da água e moradores precisaram deixar os imóveis às pressas para buscar abrigo em locais mais altos.Em Ibirité, a Escola Municipal Maria José de Aguiar, localizada em frente ao prédio da prefeitura da cidade, foi alagada durante o temporal. O local também foi invadido pela água da chuva em 12 de janeiro deste ano. Em Santa Luzia, diversos bairros sofreram com a força das chuvas. No São Benedito, carros foram arrastados e residências invadidas pela água. Vídeos feitos por moradores flagram o momento em que pessoas se juntam para resgatar uma criança que estava ilhada em um veículo na Avenida Venâncio Pereira. Na rua Padre Eustáquio, o asfalto foi completamente destruído pela força da enxurrada. No bairro Palmital, telespectadores registraram mais carros sendo levados pela correnteza e um estabelecimento comercial sendo inundado. Ainda em Santa Luzia, o temporal derrubou uma casa no Conjunto Cristina C e deixou diversas pessoas desalojadas.O prédio da Cidade Administrativa, sede do governo estadual, no bairro Serra Verde, em Venda Nova, na capital mineira, também teve estragos. Durante a forte chuva, a ventania arrancou uma janela e assustou colaboradores. Os elevadores do prédio, que já ficaram interditados por mais de cinco meses, apresentaram pane e o estacionamento foi parcialmente alagado. Também na regional Venda Nova, uma árvore de grande porte foi ao chão durante a chuva, o vídeo do momento exato foi registrado por uma telespectadora.A Defesa Civil emitiu novo alerta no fim da manhã sobre a possibilidade de pancadas de chuva fortes, com volume de 30 a 50 milímetros, acompanhadas de raios e rajadas de vento em torno de 50 km/h. O comunicado é válido até às 8 horas desta quinta-feira (30).No acumulado de chuvas registradas em janeiro, até às 17h30 desta quarta (29), as regiões que já ultrapassaram a média histórica de 330,9% do volume esperado para todo o mês foram: a Centro-Sul (112,5%), a Noroeste (112,1%), Pampulha (110,7%), Venda Nova (104,1%) e Oeste (104,3%). E entre as noves regionais, apenas duas estão longe de atingir a média, a Norte, que registrou 68,4% do volume esperado para o mês, e a Nordeste, com 69,8%. No Barreiro já choveu 98,3% da média, e na Leste 89,5%.O Instituto Nacional de Meteorologia (INmet) emitiu mais um alerta laranja, de perigo de chuvas intensas, para algumas regiões no Estado. O comunicado se iniciou às 10h desta quarta-feira (29) e é válido para até às 10h da próxima sexta-feira (31). A previsão é de precipitações em parte do Estado com intensidade de 30 e 60 mm e ventos intensos (60-100 km/h). O alerta representa que há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos e árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Entre as regiões do Estado em alerta, além de Belo Horizonte e Região Metropolitana: Triângulo, Alto Paranaíba, Central, Zona da Mata, Oeste, Sul, Sudoeste, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas e Norte.Quatro regiões de Minas Gerais, que incluem Belo Horizonte e a região metropolitana, estão em alerta de risco geológico neste período chuvoso. O volume de chuva acumulado nesses locais pode ultrapassar 150 milímetros em apenas quatro dias, aumentando os perigos para a população.Moradores de áreas de encostas, montanhosas e terrenos acidentados devem estar atentos a sinais de rachaduras e infiltrações nas construções.Desde o início do período chuvoso, Minas registrou 26 mortes devido aos temporais, mais de 3.500 pessoas foram desalojadas e cerca de 420 ficaram desabrigadas. Os alertas de tempestades e risco geológico são emitidos pelo Centro de Inteligência da Defesa Civil para evitar que esses números aumentem.*Sob supervisão de Arnon Gonçalves