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Augusto Nunes

Como 2019, também 2020 vai terminar melhor do que começou

O Brasil só piora aos olhos dos portadores de estrabismo ideológico

Augusto Nunes|Do R7

As retrospectivas de 2019 publicadas por jornais e revistas ficaram previsivelmente incompletas. Por dois motivos. Primeiro: os principais acontecimentos do ano são selecionados, com crescente frequência, por portadores de estrabismo ideológico. Gente assim é incapaz de enxergar qualquer coisa boa vinda do governo a ser exterminado.

Além disso, os militantes das redações ignoram — ou fingem ignorar, o que dá na mesma — uma verdade que nasceu com a invenção da imprensa: fato não é necessariamente algo que aconteceu. O que deixou de acontecer frequentemente tem vaga obrigatória no resgate do que houve de mais relevante nos 12 meses anteriores.

Por exemplo: em 2019, pela primeira vez desde 2003, não se registrou um só escândalo de corrupção ocorrido com a participação ou a anuência do governo federal. É um fato de primeira grandeza. Também ficou comprovado que não foi Fernando Henrique Cardoso quem legou ao sucessor uma herança maldita. Foi o casal Lula-Dilma.

Não houve espaço nas retrospectivas para a queda vertical da taxa Selic, a imposição de um limite aos juros do cheque especial, a redução do desemprego ou o controle da inflação. (Em abril, foi anunciada em sucessivas manchetes a iminência da deflação que nunca chegou).

Não, não se trata de uma crítica retardatária aos balanços de fim de ano. Estou antecipando os reparos às retrospectivas que chegarão com dezembro. Como 2019, também 2020 vai terminar melhor do que começou. Ano passado terminou melhor do que começou. O Brasil só piora nas páginas produzidas pela turma do quanto pior, melhor.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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