Changan: da Towner ao sedã híbrido com 1.100 km de autonomia
Marca já esteve no Brasil por dez anos, mas é uma das gigantes chinesas e acaba de lançar um sedã com motor híbrido
Autos Carros|Marcos Camargo Jr e Marcos Camargo Jr.
A Changan é a marca local mais popular da China e uma das quatro grandes marcas estatais que acaba de lançar um sedã com motor híbrido com nome bem conhecido no Ocidente: A06. De perfil arrojado, ele tem 1.160 km de autonomia e promete chegar a diversos mercados onde a marca está presente.
A novidade foi apresentada na China ao longo desta semana. Posicionado como sedã médio, o A06 será vendido sob a marca Qiyuan; mede 4,72 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,43 m de altura e 2,75m de entre-eixos.
Por dentro, o perfil do painel com linhas retas prioriza uma multimídia central horizontal de 10,3'', enquanto o painel digital é mais avançado com 10,3''. Há itens de série como controle de cruzeiro adaptativo e funções automáticas de segurança.
Com estilo fastback, o Qiyuan A06 estreia solução híbrida que combina o motor 1.5 aspirado a gasolina com um motor elétrico e bateria de lítio ferro fosfato (LFP). O motor a gasolina rende 110 cv enquanto o elétrico traz 190 ou 214 cv. Com bateria de 9 ou 18,9 kwh, o A06 tem 136 km de autonomia no modo puramente elétrico e alcança a autonomia de 1160 km com um tanque de combustível. A potência combinada dos motores não foi divulgada.
O consumo médio fica em torno de 21 km/l, e a aceleração de 0-100km/h é feita em 6,9s. Na China, a novidade da Changan terá preço acessível, cerca de US$ 12 mil, chegando a US$ 21 mil, cerca de R$ 60 mil a R$ 106 mil, dependendo da versão.
Gigante chinesa
A Changan é uma das grandes marcas da China, que vende cerca de 2 milhões de veículos por ano. Trata-se de um dos maiores grupos industriais chineses, que remonta ao ano 1862, quando começou fabricando itens bélicos. No século 20 se diversificou e, em 1959, passou a fabricar o jipe Changjiang Type 46, sob licença da japonesa Suzuki. A partir dessa data, a Changan ampliou suas linhas de produção gradativamente com minivans e caminhões pequenos derivados de projetos japoneses. Com minivans, caminhões de pequeno porte e veículos de cinco e até nove lugares menores do que 4 m, a Changan se estabeleceu não só na China mas em vários países da Ásia.
Nos anos 2000, com grande injeção de capital do governo chinês, a Changan ampliou suas exportações. Em 2006 chegou ao Brasil com uma linha de minivans e comerciais leves, chegou a vender alguns automóveis, mas perdeu ritmo e deixou de atuar por aqui por dez anos.
Enquanto isso, na China, a empresa crescia a partir de joint ventures com a Ford e a Mazda, mas também atuando de forma separada com o portfólio da Changan. Hoje a marca atua com seis submarcas, incluindo a Qiyuan, posicionada como premium, e as marcas Kaicene de veículos comerciais e Avatr de modelos elétricos e híbridos.