Há quase dois anos a Citroën lançava o seu primeiro produto do projeto C-Cubed, com apelo popular e preços mais acessíveis. Deste projeto vieram o C3 hatch, o C3 Aircross e virá o Citroën Basalt até o final deste ano.O Citroën C3 está longe de ser o carro que foi no passado, mas hoje é bem mais barato. E quem procura por um carro de entrada como Fiat Mobi e Renault Kwid deve olhar com atenção também para o Citroën C3 especialmente na versão Live de R$ 74,7 mil. O R7-Autos Carros avaliou o carro mais barato da marca, que facilmente é encontrado por cerca de R$ 70 mil na rede de concessionários, fazendo frente a modelos bem mais compactos. Mas será que vale a pena?Antes, vale lembrar que a engenharia do grupo Stellantis é composta, em sua maioria por profissionais oriundos da Fiat que tem grande experiência no segmento de carros de entrada. A partir da inspiração das virtudes que levaram o Fiat Uno a permanecer por quase 30 anos no mercado, os engenheiros aprimoraram o projeto simplificado da Citroën indiana e criaram o “nosso C3″. E o que ele traz do Uno?Embora sejam de marcas e com “DNAs” distintos, a alma do Citroën C3 é Fiat como o motor 1.0 Firefly três cilindros flex de 71/75cv e 10kgfm de torque máximo combinado com o câmbio manual de cinco marchas usado há anos pela linha da marca italiana.Até mesmo a suspensão de longo curso é apta a enfrentar a buraqueira do dia a dia das grandes cidades do Brasil também tem um toque da linha Fiat. Olhando com atenção os fornecedores dos amortecedores e molas, pivôs e outros itens de suspensão são os mesmos dos antigos carros de entrada da marca Fiat.A versão de entrada do Citroën C3 traz o que é essencial para um carro de entrada em 2024: ar-condicionado manual, direção elétrica rodas aro 15 revestidas com calotas, para-choques e maçanetas quase sem ou sem pintura na cor do carro, bancos em tecido e acabamento espartano. Até a ampla sensação de espaço interno no C3 é um deja vu do antigo Uno.A utilizar o carro no dia-a-dia, notamos que o curso de suspensão ampliado foi mesmo feito para entrar com valentia nas valet e buracos, o motor é bem perceptível a partir de dentro da cabine, mas aí economia de combustível e agilidade também são inspiradas nos clássicos modelos Fiat.Claro que em um carro de entrada se notam várias economias: a chave bastante simplificada (na versão 2025 o C3 troca a chave comum por uma do tipo canivete), para sol em tamanho reduzido e sem iluminação, controle por cabo e não do tipo elétrico para ajuste dos retrovisores externos e sempre algumas falhas acabamento desalinhado. Faz parte do jogo.Óbvio que não teremos farol ou DRL em LED trocados aqui por lâmpadas halógenas. Mimos ficam por conta do alerta de farol ligado, trava e destrava do lado esquerdo do painel um tanto escondido e esqueça pontos de carga USB-C. Há apenas um no carro e ainda USB comum.Até mesmo a ampla área envidraçada do C3 remete às do antigo Fiat Uno. Ao menos seu diminuto painel digital traz indicador de temperatura do motor coisa que muitos carros abriram mão por uma economia tão desnecessária e que fará falta no futuro.Na prática, pagar cerca de R$ 70 mil no Citroën C3 Live compensa pela ampla sensação de espaço a bordo, economia para um carro de carroceria mais ampla e um conjunto mecânico moderno dentro do universo dos três cilindros. Essa talvez seja a melhor versão do C3, frugal para desfrutar o máximo que se pode em um carro de entrada no ano de 2024.