Jeep Renegade Trailhawk 4x4 é SUV de verdade, mesmo com motor flex?
Ao tirar motor turbodiesel de linha, Jeep mantém tração e câmbio para aproveitar melhor desempenho do motor 1.3 turbo
Autos Carros|Marcos Camargo Jr e Marcos Camargo Jr.
Ao trocar o motor turbo pelo 1.3 turboflex mantendo a tração 4x4, a Stellantis sabia que corria um risco de abandonar clientes que gostavam dessa motorização. Mas o tempo passou e a Jeep conseguiu mostrar que as mesmas virtudes estão presentes no Renegade 1.3 flex conectado ao mesmo câmbio de nove marcas e sistema de tração integral automático. O R7-Autos Carros testou o Renegade Trailhawk 1.3 4x4 dentro e fora da estrada.
Mantendo sua icônica silhueta, o Renegade ficou atualizado com a nova grade chanfrada sobre os para-choques, os faróis Led que agregam seta e luzes diurnas, lanternas novas com arranjo interior quadrado e novo gancho de reboque.
Por dentro ele mantém o bom acabamento e traz painel digital, aros e molduras na cor vermelha, novo software de multimídia, bancos em costura vermelha e teto solar generoso com acionamento elétrico.
O motor 1.3 turbo é conhecido de todos os produtos Stellantis. O motor é o 1.3 de 180/185 cv e 27 kgfm de torque sem mudanças. Mas o acerto com o câmbio AT9 fornecido pela ZF é diferente, bem suave e de evoluções rápidas. As primeiras marchas respondem e evoluem rapidamente, e as últimas só aparecem mesmo em alta velocidade.
E ao sairmos da estrada é onde o Renegade prova seu valor. Ele traz múltiplos comandos de tração que acionam as rodas traseiras e ajudam a sair da lama, dar controle em subidas e descidas, bem como tracionar bem terrenos arenosos. A única ressalva fica para sua pouca altura, o que compromete aclives muito íngremes, bem como as rodas aro 17. Para um off road frequente o ideal é colocar um pneu mais borrachudo.
O Trailhawk é bem equipado com as virtudes do Renegade de cabine ampla, direção confortável e itens de segurança, como alerta de frenagem, alerta de saída de faixa, estacionamento automático, partida remota e sete airbags. Apesar de bem equipado não tem o controle de cruzeiro adaptativo.
Assim, os clientes podem até se despedir de forma digna do motor diesel. O turboflex é mais ágil e com melhores retomadas. Ao considerar o preço do diesel, a opção flex é melhor para o bolso. Com gasolina o Renegade rendeu 10,5 km/l na cidade e 11,2 na estrada, sendo que rodou 30% no fora de estrada sem pavimentação e com dispositivos de controle de tração acionados.
Em que pese sua subida de preço ele continua sendo o único da categoria com esse tipo de tração. Seu preço de R$ 174,9 mil já encosta nos modelos médios, mas nenhum compacto é um 4x4 como o Renegade.
Nem sequer trazem essa opção, a não ser o Suzuki Jimny, de desempenho mais tímido. Além dele, o cliente precisa gastar quase R$ 200 mil e escolher uma Toro diesel ou uma Compass Longitude, na faixa de R$ 215 mil com motor 2.0 TD e tração 4x4.
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