Teste de consumo e desempenho: 750 km com o Jeep Commander Longitude

O Jeep Commander encerrou 2023 com 19.874 unidades liderando com folga o segmento de SUVs de sete lugares no país. Tanto que no ano passado a Jeep resolveu incluir no portfólio o Jeep Commander Longitude 2024, versão de entrada que abre mão de alguns itens de conforto porém com preço mais competitivo. O R7-Autos Carros rodou 750km em percurso rodoviário com o Commander desta versão para avaliar seu comportamento dinâmico nas estradas.

COMMANDER LONGITUDE 2024! O “básico” da linha é mais barato que Compass Limited e S. Veja o vídeo!

O Jeep Commander se destaca por sua imponência em termos de tamanho, sendo o maior modelo fabricado no Brasil pela Jeep com 4,77m de comprimento sendo 36,5cm maior que o Compass feito sobre a mesma plataforma. Com a capacidade de acomodar até 7 pessoas, o porta-malas, que normalmente comporta 661 litros, se reduz para 233 litros na configuração com a terceira fileira de bancos levantada. Para viajar, é uma opção interessante por ter o porte avantajado, mais espaço de porta-malas e comportar sete pessoas ou levar muita bagagem se preciso.

O modelo utilizado nesta viagem foi o Commander Longitude com tração 4x2, dianteira, e motor 1.3L turbo flex com 180/185cv e 27kgfm de torque presente desde as 2.000rpm acoplado a um câmbio automático de 6 marchas. Esta é a versão de entrada do modelo tendo o motor usado em vários veículos da Jeep e até no Fiat Pulse e Fastback Abarth. 

Além de seu tamanho, o Jeep Commander Longitude 2024 tem altura razoável, com 21 cm de distância mínima do solo e altura de 1,68 metros. Isso confere ao veículo um certo rolamento da carroceria em curvas mais fechadas, em comparação por exemplo ao Compass devido ao centro de gravidade mais elevado, mas nada que preocupe num carro deste porte que tem perfil familiar.

O sistema multimídia mantém a qualidade e a funcionalidade dos outros modelos da linha Jeep, completo e intuitivo que divide as informações entre o painel do veículo e a tela no centro do painel. Ao se mudar algumas funções do carro ou na multimídia o conta giros e velocímetros (Na versão “analógica”) diminuem de tamanho para mostrar ampliada outras informações. Por exemplo ao se ajustar a velocidade de cruzeiro os dois “relógios “v diminuem de tamanho privilegiando a informação do cruise control . Esta característica chega a incomodar por ficar trocando de tamanho os instrumentos do painel. Deveriam ter uma opção para manter o painel, principalmente o de rotação e velocidade fixos.

Commander de "entrada" abre mão de alguns itens

Embora seja um modelo de "entrada" o Jeep Commander Longitude 2024 traz cluster totalmente digital de 10,25” e central multimídia com tela touch de 10,1” Full HD com navegação embarcada e espelhamento para Apple Carplay e Android Auto por conexão sem fio. A versão também mantém partida por botão com sistema Keyless Enter ‘N Go e ar-condicionado Dual Zone com canal dedicado aos assentos traseiros. As rodas são de 18 polegadas nesta versão sem acabamento diamantado.

O modelo Longitude perde parte do pacote ADAS de assistência à condução com controle de Cruzeiro adaptativo. Nesta versão entre os itens de segurança estão sistema de detecção de ponto cego, hill assist (assistente de partida em rampas), park assist e seis airbags de série: dois frontais, dois laterais e dois de cortina.

Na versão Longitude quase não se percebe a diferença nos itens de acabamento pois há bancos de couro, painel agradável sensível ao toque e detalhes de boa qualidade transmitindo solidez a bordo. A atenção aos detalhes é interessante, como o espaço sob o assento dianteiro, oferecendo praticidade para armazenar itens como uma bolsa. Um item que faz falta é o carregamento de celular por indução pois já chegamos na era de evitar os desagradáveis fios dentro da cabine e embora tenha Carplay e Android Auto para evitá-los ainda se faz necessário o fio para carregar o celular.

Durante toda avaliação utilizamos o Etanol como combustível obtendo, no computador de bordo do veículo, um consumo de 7,4 km/l na cidade, e 11,5 Km/l na estrada andando sempre dentro dos limites legais de velocidade no percurso São Paulo – Ribeirão Preto - São Paulo.

Um item a ser observado é que ao se ajustar o Cruse Control para uma determinada velocidade o Commander sempre permanecia 3 a 4 Km /h acima da velocidade ajustada. Algo para se tomar cuidado para não receber multas desnecessárias uma vez que os radares nem sempre contam com limites de tolerância.

Em termos de conforto, o Jeep Commander é realmente agradável. O Controle individualizado do ar-condicionado e saída de ar para os passageiros traseiros. O Ar-condicionado “sofre” nos dias quentes para levar a temperatura da cabine aos valores ajustados, provavelmente em função do volume interno. Estou me referindo aqui a dias quentes, principalmente no oeste paulistanos onde a temperatura externa beirava os 40 °.

Poder partir o carro à distância através do chaveiro, foi uma das funções “deixadas pela JEEP nesse modelo básico o que contribui de sobremaneira em um dia quente ao sair com o veículo de um local estacionado. O carro inicia o esfriamento da cabine automaticamente minutos antes do motorista chegar ao carro. Outro item é a abertura automática do porta-malas: o tamanho da tampa e seu peso devem ter pesado na decisão de deixar também este comando disponível na chave do Commander, embora a localização do botão de fechamento do porta-malas no próprio carro, situado na lateral do veículo em vez de na própria tampa, parece estar escondido dos usuários.

Viagem a bordo Commander

A suspensão é bastante suave e contribui para o conforto, mas é necessário adotar uma condução mais cautelosa devido ao porte e à altura do SUV. O Commander não é um veículo para competições de velocidade, mas sim para transportar famílias e seus pertences. Se por um lado ele parece um Jeep Compass ao volante, se nota nas curvas e acelerações que se trata de um veículo mais alongado e um pouco mais pesado.

Visualmente, o Commander cativa, mas a transição, por exemplo de um Compass para um Commander só deve ser considerada se houver uma real necessidade de transportar sete passageiros, ou se a demanda por espaço para bagagens em viagens for significativa. O Commander se mostra uma escolha mais pragmática do que emocional, valendo a pena considerar se o consumidor realmente necessita de um veículo robusto como este.

O Jeep Commander Longitude custa R$ 234,5 mil, preço bem pouco acima de um Compass mais equipado e bem mais em conta que outros SUVs de sete lugares exceto do Caoa Chery Tiggo 8 na faixa dos R$ 230 mil e muito mais barato que SUVs baseados em pickups como Chevrolet Trailblazer e Toyota Hilux SW4. Isso também explica o seu sucesso com mais de 50.000 unidades emplacadas tendo preço interessante em sua posição e com uma mecânica usada amplamente em vários modelos Stellantis.

*Com a colaboração de Henrique Pereira