Depois de uma série de notícias que apontam para o futuro com muitas dificuldades para Volkswagen, incluindo um plano de fechamento de fábrica, um grande grupo de trabalhadores decretaram uma greve na Europa. Enquanto tenta cortar US$ 4,3 bilhões de dólares em despesas, cerca de R$ 30 bilhões, um grupo com quase 100.000 pessoas decretou uma greve que afeta a produção da marca na Europa. A VW anunciou o corte de US$ 1,58 bilhão, cerca de R$ 9,5 bilhões em bônus de 2025 e 2026. Líderes sindicais, como Thorsten Groeger, da IG Metall, principal representação dos trabalhadores na Alemanha, alertaram que a posição da VW é insustentável, pressionando a empresa a reconsiderar os cortes salariais. As greves começaram dia 01/12, com interrupções de duas horas durante os turnos da manhã e saídas antecipadas nos turnos da noite, mas os trabalhadores prometem uma retaliação às medidas com a interrupção do processo fabril. A última greve importante na VW ocorreu em 2018, quando mais de 50.000 trabalhadores protestaram por questões salariais. A próxima rodada de negociações está marcada para 9 de dezembro, próxima segunda-feira.A pressão financeira sobre a VW foi agravada pela falência da Northvolt, uma fabricante de baterias de veículos elétricos que tem participação da VW e BMW.As dificuldades da VW estão intimamente ligadas à queda em seu desempenho na China, seu maior mercado até recentemente. O crescimento das montadoras chinesas abalou a VW, tornando difícil para a gigante alemã se adaptar no maior mercado de carros do mundo. O CEO Oliver Blume destacou o ambiente desafiador, reforçando que a VW não está tomando decisões de forma leviana, especialmente com a possibilidade de fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história.O governo alemão, representado pelo ministro do Trabalho Hubertus Heil, fez um apelo para que se encontre uma solução que evite demissões forçadas e fechamento de fábricas. No entanto, a baixa aceitação dos carros elétricos e o dinheiro gasto para desenvolvê-los tornaram esses veículos muito caros para os europeus, e as vendas despencaram. Agora, a Volkswagen se vê em um dilema imposto pela União Europeia, para a redução das emissões, mas sem um futuro claro para os elétricos da Europa a situação da empresa fica mais difícil a cada dia.