Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Blog do Zamataro

Putin liberta estuprador para lutar na Ucrânia: Ele escapa e mata toda família

Combatente do grupo Wagner tinha um histórico de crimes e mortes. Ele aproveitou a deixa para atacar de novo.

Blog do Zamataro|Do R7


Ekaterina e a última foto com a filha, de 7 anos

O caso Artem Buchin é hoje um dos mais comentados na Rússia. E não só pela polícia local. Pelos parentes e vizinhos das novas vítimas: a ex-mulher Ekaterina e da filha dela, de 7 anos. Pelo perigoso grupo Wagner e até pelo Exército de Moscou. Um assassino perigoso envolvido numa trama que mais parece roteiro de filme de terror.

De acordo com parentes, Artem sempre foi uma pessoa nervosa, mas nunca deu indícios de ser um psicopata. Tudo mudou quando os pais morreram. Ele virou outra homem: maldoso, frio e calculista, segundo os vizinhos. Em uma fase de revolta, decidiu entrar no mundo do crime, mas não foi longe. Foi preso por roubos e agressão.

O tempo passou. Artem resolveu então se alistar no exército russo. Acabou saindo logo após sofrer um acidente, sem muitos detalhes. Nessa época, ele conheceu a futura esposa Ekaterina, o grande amor da vida dele. Tudo então parecia ter se acalmado na vida do militar, mas só parecia.

A personalidade agressiva sempre falou mais alto. Não foi um casamento fácil. Nem o filho pequeno do casal ajudou a acalmar as coisas. A rotina de brigas e agressões parecia cada vez mais comum. Em um desses dias, os dois brigararam feio, gritaram, trocaram acusações e até agressões físicas. Só que dessa vez foi diferente. Artem saiu de casa, passou a noite fora e voltou com a roupa cheia de sangue. Nervoso e preocupado, acordou a esposa e disse: “Eu te amo. Acho que você não vai mais me ver.”


O militar, em uma noite de fúria, abusou sexualmente e matou uma enfermeira querida da região. Um crime bárbaro que chocou toda cidade. Ele até tentou escapar, mas foi preso em seguida. Na cadeia, confessou passo a passo tudo o que fez. Pegou a pena de 20 anos de prisão. Ekaterina nunca acreditou nessa versão dele. Visitou várias vezes o marido na cadeia. Mas pensou no filho, na vida, no futuro. E resolveu pôr um ponto final na relação. O que despertou a fúria de Artem.

Ekaterina confidenciou para as amigas que ficou com medo da reação dele, mas estava tranquila pois Artem ficaria pelo menos 20 anos preso. Foi quando estourou a guerra na Ucrânia, em 2022. Os militares russos, que acreditaram que seria um confronto rápido contra os vizinhos, começaram a se desgastar. Dois anos se passaram, milhares de mortos e nada de uma solução.


Vladimir Putin convocou então um antigo aliado: o grupo Wagner, considerado terrorista por vários países, para lutar ao lado dos russos. Com avanço da guerra, o presidente autorizou que um grupo de presidiários tivesse as penas perdoadas e convocados automaticamente para o confronto contra os ucranianos.

Nessa leva, Artem foi liberado e levado para linha de frente. Meses depois, o assassino pediu licença após ter se ferido em um dos combates. Foi direto para casa rever o filho e, claro, o grande amor: Ekaterina. Pediu perdão e disse que era um “outro homem”. Ela acreditou e decidiu dar mais uma chance. Nesse dia, os dois, o filho do casal e uma filha de Ekaterina (de outro relacionamento) foram morar juntos.


A “lua de mel” não durou muito tempo. Em uma noite fria, Artem começou a gritar com a esposa. Os dois discutiram. Os gritos eram ouvidos de longe. Nessa hora, Artem pegou o primogênito e fugiu correndo de casa. Assustados, o síndico e os vizinhos do prédio foram até a casa e encontraram uma cena de terror: mãe e filha pertos uma da outra. Mortas. Minutos depois a polícia descobriu que o assassino deixou a criança com parentes e desapareceu.

A fuga durou pouco mais de duas semanas. Artem está preso e, dessa vez, não deve sair tão cedo.

Buchin não é o primeiro ex-presidiário a retornar à Rússia após lutar na Ucrânia e ser acusado de cometer novos crimes. Apenas dois dias antes, um tribunal condenou Grigoriy Starikov, um ex-presidiário e ex-soldado de Wagner que também lutou na Ucrânia, à prisão perpétua após ser considerado culpado de matar três pessoas em 2023.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.