Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Christina Lemos - Blogs
Publicidade

Conflito já mata uma criança a cada 10 minutos em Gaza 

Guerra também supera em um mês o número de mortos em 18 meses do combate entre Rússia e Ucrânia

Christina Lemos|Do R7


Quatro em cada dez habitantes da Faixa de Gaza são crianças
Quatro em cada dez habitantes da Faixa de Gaza são crianças

O número de mortes de palestinos em Gaza, sem considerar as possíveis vítimas soterradas sob os escombros, aproxima-se de 10 mil pessoas, das quais 40% são crianças. Os dados são do Crescente Vermelho — a Cruz Vermelha regional — e das autoridades de saúde de Gaza, tomados como referência pela Organização Mundial da Saúde e pela ONU. O levantamento também mostra que, a cada 10 minutos, uma criança morre e outras duas são feridas pelos constantes bombardeios e confrontos terrestres em Gaza.

Os índices se agravam à medida que o conflito avança para as áreas mais densamente povoadas do enclave, onde habitam 2,3 milhões de pessoas. Há pelo menos quatro dias a cidade de Gaza está cercada por soldados israelenses e é submetida a contínuo bombardeio. Em apenas uma hora na noite deste domingo (5), foram registrados cem alvos atingidos pelas Forças de Defesa de Israel, ação antecedida pelo terceiro corte de comunicações e internet.

Até o início da madrugada do 30º dia de guerra, eram contabilizadas 9.770 mortes em Gaza, número que supera o de óbitos de civis ocorrido em 18 meses de conflito entre Rússia e Ucrânia. Desse total, 4.800 são crianças, inclusive recém-nascidos, e 2.309, mulheres. Estima-se ainda que 2.200 pessoas estejam sob os escombros em Gaza. O conflito teve início em 7 de outubro, após violento ataque-surpresa do Hamas a Israel, que deixou 1.400 mortos, a maioria civis. 

Boa parte das crianças feridas em Gaza apresenta queimaduras e fraturas. Com cerca de metade da rede hospitalar e de atendimento à saúde em colapso por falta de insumos médicos e de combustível para a manutenção de geradores, as condições de assistência são críticas e provocam constantes apelos das autoridades de saúde mundiais para o urgente socorro internacional.

Publicidade

Ao longo deste domingo, para vencer as barreiras territoriais que impedem a entrada da ajuda humanitária, o governo da Jordânia lançou por via aérea medicamentos básicos e insumos médicos — numa rara iniciativa independente de prestar socorro às vítimas.

A possibilidade de cessar-fogo continua descartada por Israel e também pelo Hamas, que neste domingo lançou ataques aéreos sobre Tel Aviv — a maioria interceptados pelo sistema antimísseis israelense. Também não houve avanço nas negociações para a libertação de reféns sequestrados pelo Hamas nem novos sinais de reabertura da fronteira com o Egito, para a saída de estrangeiros ou feridos. A possibilidade está suspensa desde sábado.

Publicidade

O agravamento do quadro humanitário mobiliza multidões cada vez maiores de manifestantes que protestam contra a morte de civis em Gaza, principalmente em grandes centros europeus, como Londres e Madri. Autoridades regionais também têm assumido publicamente posições de defesa da população de Gaza, em reiterados apelos pelo cessar-fogo, como a rainha Rânia, da Jordânia, que foi à imprensa internacional neste domingo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, percorreu três países do Oriente Médio em 48 horas, em um esforço diplomático para tentar evitar que o conflito se dissemine pela região. Mas foi recebido com forte hostilidade no Iraque e ceticismo na Turquia por parte de correntes políticas e pela opinião pública local.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.