Com uma vitória mais vigorosa do que o previsto, o magnata, ex-presidente e conservador Donald Trump contará com um trunfo importante e potencialmente mais eficiente que em seu primeiro mandato à frente da maior potência econômica e militar do mundo: os republicanos também fizeram mais representantes no Congresso americano. O controle do partido de Trump sobre o Congresso é anunciado tanto pela Fox News quanto pelo ABC, na manhã desta quarta-feira (6), dia seguinte ao fechamento das urnas nos EUA, com base em dados oficiais.De acordo com estes levantamentos, os republicanos recuperaram o controle do Senado dos Estados Unidos, ao conquistarem 51 cadeiras, em 100. Retomam, desta forma, a maioria que estava nas mãos dos democratas. O Congresso americano é composto pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, que tem 435 cadeiras. Das 100 vagas no Senado, 34 estavam na disputa deste ano. Também na Câmara, os prognósticos são de maioria republicana.O cenário político, amplamente favorável, permitirá ao presidente eleito, que toma posse em 20 de janeiro, um instrumento importante para fazer passar as propostas de seu plano de governo. É um poder maior que o obtido por Biden, em 2021, e um ambiente politicamente muito mais amigável do que aquele que o próprio Trump enfrentou em 2016. Naquela disputa, a democrata Hillary Clinton fez quase 3 milhões de votos populares a mais que o republicano. A derrota de Kamala Harris ecoa pelo mundo como plebiscito — uma sonora reprovação ao governo Biden, mal visto pelos americanos que discordam da maneira como a Casa Branca administrou nos últimos quatro anos questões como conflitos mundiais, migração, economia doméstica e macroeconomia, transição energética e crise climática. O presidente no comando encerra a carreira política de forma melancólica: o democrata foi forçado a abandonar a disputa e não conseguiu fazer de Kamala sua sucessora.A vitória de Trump volta a confirmar um enfraquecimento das correntes de esquerda e centro-esquerda no mundo. O fortalecimento do ideário da direita e do liberalismo se reafirma de forma expressiva na eleição, com ampla vantagem, de seu principal representante mundial.