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Ver para crer 

Era impossível imaginar que alguém tivesse saído com vida daquele desastre. 

Conversa de Repórter|LUCAS CARVALHO, do R7 e Lucas Carvalho

Carro ficou totalmente destruído
Carro ficou totalmente destruído Carro ficou totalmente destruído

Fazia tempo que eu não via um acidente tão feio. E olha que acidente eu vejo, praticamente, todos os dias. Às vezes, até mais de um. Infelizmente, isso é o que mais tem no trânsito da maior cidade do País. E como a gente passa o tempo todo rodando por São Paulo, sempre tem algum flagrante pra registrar.

Ontem não foi diferente. Tínhamos acabado de mostrar um acidente na zona leste quando surgiu esse outro bem mais grave. Era na mesma região, mas distante uns 30 minutos. Seguimos pro endereço, próximo à Guaianazes. Carro e ônibus tinham batido e quatro pessoas estavam feridas. Três delas, sem gravidade.

No caminho, eu já ia recebendo as primeiras informações e alguns vídeos que chegavam do local. Quando abri a primeira imagem, eu exclamei em voz alta: "Meu Deus do céu!". Era impossível imaginar que alguém tivesse saído com vida daquele desastre. Mostrei o vídeo pra equipe e todo mundo teve a mesma reação.

Quatro pessoas ficaram feridas em acidente envolvendo carro e ônibus, na zona leste
Quatro pessoas ficaram feridas em acidente envolvendo carro e ônibus, na zona leste Quatro pessoas ficaram feridas em acidente envolvendo carro e ônibus, na zona leste

A uns 300 metros do ponto exato da batida, o repórter cinematográfico Daniel Macedo e eu decidimos descer do carro e continuar o trajeto a pé. O trânsito na avenida estava carregadíssimo. Eram quase 7 horas da manhã. Imagine só: horário de pico e um acidente grave no meio do caminho. Só podia virar congestionamento.

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Enquanto caminhávamos, o helicóptero da Record sobrevoava a região com o Comandante Uan Hamilton. Ele mostrava o cenário lá do alto e nós nos aproximávamos por terra. Entramos, ao vivo, no Balanço Geral Manhã descrevendo tudo o que era possível ver.

Em coberturas como essa, há um desafio à parte: conseguir enxergar, ao mesmo tempo que a gente fala, todos os detalhes que estão ao nosso redor. Sim, porque é tanta coisa acontecendo, que, às vezes, algo pode passar batido. É por isso que a equipe precisa estar sempre afinada. Os olhos de um se tornam os olhos de todos.

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O desafio é não deixar nenhum detalhe passar batido
O desafio é não deixar nenhum detalhe passar batido O desafio é não deixar nenhum detalhe passar batido

Eu usava os pequenos intervalos que eu tinha pra tentar apurar. Quando eu devolvia a palavra pro Geraldo Luís, no estúdio, eu procurava identificar novos elementos pra contar. Nesse meio tempo, eu ia conversando, rapidamente, com colegas da imprensa pra "trocar figurinha". E seguimos nesse bate-bola.

Velocímetro travou em mais de 100 km/h
Velocímetro travou em mais de 100 km/h Velocímetro travou em mais de 100 km/h

O carro que provocou o acidente, segundo o motorista do ônibus, estava em alta velocidade. Teria, na versão dele, passado a 180 km/h por um radar antes de bater. O limite da via é de 30 km/h. Apesar do susto, Wellington conseguiu falar comigo. Disse que o outro motorista invadiu a contramão e que ele, por instinto, jogou o ônibus pro lado e o carro acabou enchendo a lateral do coletivo. Logo após o impacto, o carro começou a pegar fogo e ele, desesperado, ainda pegou o extintor de incêndio pra evitar uma tragédia.

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Wellington, motorista do ônibus, fala ao vivo ao Balanço Geral Manhã
Wellington, motorista do ônibus, fala ao vivo ao Balanço Geral Manhã Wellington, motorista do ônibus, fala ao vivo ao Balanço Geral Manhã

Wellington falava o tempo todo em Deus e em milagre. Afinal, ele, os passageiros do ônibus e o motorista que provocou a batida saíram vivos dessa história. Era algo, realmente, inacreditável. O carro, principalmente, estava muito destruído. Tinha virado um monte de ferro retorcido. Estava irreconhecível.

Aquele acidente virou a principal notícia do jornal. Dedicamos, pelo menos, 30 minutos ao assunto mostrando tudo ao vivo. Eu já disse aqui e repito que gosto muito de sentir essa adrenalina. É desafiador para um repórter conseguir o máximo de informações em tempo real.

Ali, garimpando a notícia, a gente vai descobrindo as coisas junto com quem está em casa, em movimento. A gente vai conversando, vai buscando, anda de um lado, corre pro outro. Qualquer dia desses, quero mostrar, em vídeo, um pouco dessa loucura que é uma transmissão, ao vivo, com tudo acontecendo ao mesmo tempo. Acho que só assim pra conseguir expressar isso tão bem. É muito sentimento envolvido. Muita emoção. É responsabilidade, sensibilidade, frieza ao mesmo tempo, atenção, cuidado. É nervosismo, muitas vezes. Frustração, de vez em quando. É tudo junto e misturado.

É um tipo de trabalho que faz a gente ficar pensando, depois, em casa. Se vendo, se avaliando, se julgando. É algo que nos faz entrar em devaneio. A gente viaja. Se põe no lugar do outro. Meio que vira parte da história. E, no fim, sempre tira alguma lição. Aliás, acho que essa é a nossa única rotina. Aprender. Seja no caos ou na calmaria.

Veja a cobertura do acidente, ao vivo, no Balanço Geral Manhã

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