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Conversa de Repórter

Isso a Record não mostra

Às vezes, pra pegar no tranco, dá trabalho...

Conversa de Repórter|Do R7

Quem me vê, assim, todo Nicolas Cagezinho, na TV, não imagina o perrengue que é pra entrar no ar, muitas vezes. O vídeo acima mostra a saga pra gravar uma passagem, que é a parte em que o repórter aparece na matéria. Tem dia que a memória não ajuda.

Sempre me perguntam como faço pra decorar os meus textos. A resposta é simples: não decoro. Procuro entender a história pra contá-la do meu jeito. Fica mais fácil pra mim e, certamente, para o público entender.

Lá atrás, bem no comecinho da minha carreira, fui inventar de decorar um texto antes de entrar ao vivo no jornal. Fiz isso uma única vez pra nunca mais tentar. Tudo ia muito bem até a metade da história. Foi só eu esquecer uma palavra, pra me embananar no texto todo. O papel com minhas anotações estava na mão, mas na hora, parecia que as letras estavam todas embaralhadas.

Respirei fundo e parei de falar até me encontrar naquele monte de palavras. Pedi desculpas e continuei. Fiquei uma semana inteira me martirizando. Decidi que aquela não era a técnica mais adequada.


Desde então, tenho feito diferente. Leio uma, duas, três, quatro vezes, se necessário. Depois de entender, conto como se estivesse conversando com um amigo ou parente. É claro que para algumas situações específicas, como nomes e números, é preciso colocar a memória à prova ou ter sempre uma colinha por perto. Tem coisa que não dá pra gente improvisar.

No Balanço Geral Manhã são muitas entradas ao vivo. Os textos vão chegando a todo instante. Nem sempre de assuntos que o repórter está acompanhando. Aí, ou você bate o olho e entende, logo de cara, ou tenta memorizar palavras-chaves pra auxiliar na hora de contar a história. Tudo é técnica e a prática diária.


Nem sempre os textos que a gente grava, são nossos. Muitas vezes, o editor, lá da redação, escreve e o repórter, apenas, dá vida à narrativa. Isso por conta da alta demanda. O Balanço Geral é um programa com três horas e meia de duração, com assuntos diversos e notícias que vão chegando em tempo real. É jornalismo feito na raça, mesmo.

No vídeo acima, que virou brincadeirinha de editor – no caso, editora – que, por coincidência, é minha namorada – sim, amigos, vou pro céu - eu tinha que gravar esse texto e me preparar, logo em seguida, para uma entrada ao vivo no jornal. Imagine só. Fazendo uma coisa, pensando em outra, com o tempo apertadíssimo. Às vezes, pra pegar no tranco, dá trabalho.

Mas, no final, tudo sempre dá certo. É corrido, cansativo, exaustivo, mas o amor pelo ofício fala muito mais alto. O trabalho em equipe faz toda a diferença. A sintonia alivia o estresse diário, tão característico do jornalismo factual. A gente faz com vontade, tendo a certeza de que... Ih, esqueci, de novo!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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