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Os especialistas que não sobem o morro

Operação policial realizada na favela do Jacarezinho (RJ), na última quinta-feira (6), deixou 28 mortos

Eduardo Costa|Eduardo Costa

Operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro
Operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro Operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro

Não é próprio de sociedades civilizadas o extermínio de pessoas só porque são pobres e moram perto de outras, estas sim autoras de crimes. Também não faz sentido executar um criminoso, ainda que bandido dos mais perigosos, se há possibilidade de captura, de prisão, que é a prática prevista em toda legislação. Então, nada mais natural que massacrar os policiais acusados de massacre no Jacarezinho.

Certo? Não. Para quem entende um pouco de favela, que hoje chamamos comunidade, traficante, crime organizado e ausência de Estado em áreas periféricas, o buraco é mais embaixo. No Brasil, as coisas funcionam assim: ninguém faz nada, mesmo sabendo que dar m... Quando fica muito difícil, insuportável mesmo, chama a polícia... Se der certo, cumpriu a obrigação! Se der m... Todos os especialistas aparecem. Eles estão na imprensa, na OAB, no Psol, em todos os lugares, principalmente se houver palanque.

Quando um ministro do STF – que não toma atitudes concretas para diminuir o crime no Brasil, inclusive soltando ladrões do dinheiro público – deu uma canetada suspendendo por período indeterminado a realização de operações em áreas violentas, esquece a frase famosa do livro Admirável Mundo Novo: “Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados”. Os criminosos aproveitaram a trégua e criaram obstáculos à ação da polícia. Quando chegou, foi recebida a tiros. Fazer o que?

Sociólogos, antropólogos, defensores dos direitos humanos e outros “cidadãos de bem” terão mil receitas, mas, serão engenheiros de obra pronta. A polícia exagerou? Não sei, não estava lá. Devo defender a polícia se, de fato, extrapolou? Não. Devo julgar, condenar e mandar prender os policiais que perderam um colega na operação? Não. Qual a solução?

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A gente discutir o assunto com a seriedade que merece, o tempo todo, em todos os fóruns. E, quando houver operação, que a polícia leve um deputado, um promotor, um advogado e um defensor dos Direitos Humanos. Eles deverão estar na linha de frente, acompanhando tudo em detalhes, fazendo perícias e relatórios para depois contar ao mundo o que de fato aconteceu.

Estou farto de quem não levanta de madrugada – com chuva ou frio - não pega no chifre do boi, não peia a vaca, não aparta o bezerro, não pisa no espinho e na bosta de boi, não enche o latão e sai fazendo palestra sobre o quando é boa a vida no campo.

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