Aviation Summit discute os desafios do ground handling e da aviação em geral
Evento foi na última semana em Guarulhos e contou com o apoio da Abesata, Anac e Ministério de Portos e Aeroportos

Mmais de 200 pessoas participaram do Aviation Summit em Guarulhos, realizado no auditório do Marriott Hotel, na última semana. Ao longo do dia, representantes de empresas de handling, de companhias aéreas e de concessionárias aeroportuárias estiveram reunidos para discutir os desafios para 2025 e para os próximos anos. O evento contou com a presença de diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), integrantes da Receita Federal, da Polícia Federal e das mais importantes entidades do setor.
A abertura do evento foi realizada pelo diretor da Anac Luiz Ricardo de Souza Nascimento, que falou sobre as operações aeroportuárias e a interface com as empresas aéreas, estendendo, claro, aos serviços em solo. Rogério Benevides, ex-diretor da Anac, ressaltou a complexidade das operações em solo em grandes aeroportos como Guarulhos. “São mais de 20 mil pessoas todos os dias acessando a área remota para permitir que a gente voe. É uma cidade”, apontou.
Para o presidente da Abesata, o Aviation Summit foi importantíssimo para trazer à tona questões que preocupam o segmento, como o altíssimo turnover de mão de obra em solo. “A cada ano, perdemos 30% do nosso efetivo devidamente treinado e capacitado; em uma conta rápida, a cada três anos temos que renovar todo o investimento feito em capacitação para ter gente apta a atender aeronaves em solo, um custo muito alto”, disse Ricardo Aparecido Miguel.
O executivo também tocou em outro ponto bastante polêmico para aeroportos e companhias aéreas: a eletrificação das frotas de equipamentos em solo. “As empresas querem investir em equipamentos mais modernos para reduzir a pegada de carbono e tornar as operações verdes, mas precisam de uma contrapartida dos aeroportos com a infraestrutura adequada e das companhias aéreas com a garantia de que os contratos vão permitir amortizar os elevados investimentos; afinal de contas, toda a cadeia se beneficiará disso”, resumiu o presidente da Abesata.
Safety e security
Um dos pontos altos do Summit foi a fala do brigadeiro-do-ar Marcelo Moreno, presidente do Cenipa, que aproveitou a oportunidade para falar de como funciona a investigação de acidentes aéreos e de como é preciso estarmos atentos às chamadas normas informais ou normalização dos desvios, no dia a dia das operações. Para ele, ninguém duvida de que as Esatas sejam fundamentais para a prevenção de acidentes, mas a segurança operacional requer compromisso da alta gestão das empresas.
Na parte da tarde, o presidente da ALTA (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo), Ricardo Botelho, e o presidente da Jurcaib (Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil), Robson Bertolossi, apontaram as principais barreiras para o crescimento da aviação brasileira, entre elas, a insegurança jurídica, a judicialização com os maiores números do planeta e o alto custo do combustível, sem perder de vista o otimismo com as saídas para estes problemas.
Fizeram parte também do Aviation Summit a Polícia Federal, com Alex Halti, de Viracopos, e uma ótima demonstração de como a comunidade aeroportuária precisa do olhar atento de todos para uma ação efetiva da PF, e três representantes da Receita Federal, que mostraram todo o trabalho feito no combate ao risco aduaneiro nos aeroportos.
O dia terminou com uma palestra com Max Gehringer sobre capital humano, seguido de um encerramento feito por Rubens Pereira Leitão Filho, CEO da WFS Orbital, e um coquetel.