Aviões que trouxeram Nicolás Maduro ao Brasil foram alvos de sanções dos EUA
Comitiva venezuelana desembarcou na Base Aérea de Brasília com um Airbus A-319, com configuração especial para VIPs, além de um jato modelo Dassault Falcon 900EX
Luiz Fara Monteiro|Do R7

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro em Brasília, desembarcou em Brasília em um Airbus A319 para uma reunião com presidentes de vários países da América do Sul, organizada pelo governo brasileiro. Maduro, no entanto, foi o único chefe de governo a ser recebido com honras.
A aeronave utilizada pelo venezuelano é um Airbus A-319 ACJ da companhia Conviasa - matrícula YV-2984 - com uma configuração utilizada para personalidades e autoridades. O avião de Maduro decolou de Caracas às 16h24 de domingo e pousou na Base Aérea de Brasília às 21h de domingo ((28), segundo dados da plataforma de monitoramento AirNav RadarBox.
A configuração ACJ (Airbus Corporate Jet), é a mesma do Airbus A319 da FAB, usado atualmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aeronave, aliás, foi adquirida pelo governo brasileiro no primeiro mandato de Lula, apelidade de "Aero-Lula".
O Airbus presidencial foi seguido de perto por outra aeronave que tinha os dados bloqueados. Ainda de acordo com o RadarBox, trata-se de um modelo Dassault Falcon 900EX. Uma terceira aeronave teria se juntado ao voos originários da Venezuela: um Embraer 190 também da Conviasa, que pousou em Brasília também com os sistemas de geolocalização desligados.
A aeronave em que Nicolás Maduro viajou para o Brasil são alvo de sanções do governo dos Estados Unidos.
Um comunicado emitido há 3 anos pelo Departamento de Tesouro americano lista o Consorcio Venezolano de Industrias Aeronauticas y Servicios Aereos, SA (CONVIASA) como sujeito às sanções.
"O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos identificou hoje a companhia aérea estatal venezuelana Consorcio Venezolano de Industrias Aeronauticas y Servicios Aereos, SA (CONVIASA) como sujeita a sanções como parte do Governo da Venezuela, de acordo com à Ordem Executiva (EO) 13884. A ação também identifica a frota de aeronaves CONVIASA como propriedade bloqueada do Governo da Venezuela de acordo com a EO 13884. A Conviasa e sua frota foram bloqueadas desde a emissão da EO 13884 de 5 de agosto de 2019, e hoje eles foram adicionados à Lista de Cidadãos Especialmente Designados da OFAC para garantir o cumprimento reforçado das sanções dos EUA".
O Airbus de Maduro foi listado em 11 de março de 2020 com outras 39 aeronaves entre os bens incluídos na sanção. Há modelos como DHC7, Cessna 208 Caravan, ATR, Boeing 737, A340 e ERJ190
Diz ainda o comunicado americano:
“O regime ilegítimo de Maduro conta com a companhia aérea estatal venezuelana CONVIASA para transportar funcionários corruptos do regime ao redor do mundo para alimentar o apoio a seus esforços antidemocráticos”, disse o secretário Steven T. Mnuchin. “O governo Trump não permitirá que Maduro e seus representantes continuem roubando do povo venezuelano e abusando de ativos estatais para promover suas próprias atividades corruptas e desestabilizadoras.”

Também de acordo com o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, "o regime de Maduro confiscou a aeronave da CONVIASA para promover sua própria agenda política, incluindo o transporte de autoridades do regime para países como Coréia do Norte, Cuba e Irã".
Quinze aeronaves pertencentes à petrolífera estatal venezuelana Petróleos de Venezuela SA, ou PDVSA, também chegaram a entrar na lista de sanções emitida pelos americanos.