A Airbus divulgou os resultados financeiros consolidados do ano fiscal de 2022 e forneceu orientação para 2023.
"A indústria continuou sua recuperação durante 2022, com o aumento do tráfego aéreo e as companhias aéreas voltando-se para o planejamento de frota de longo prazo. Entregamos resultados financeiros sólidos, apesar de um ambiente operacional adverso que impediu que nossa cadeia de suprimentos se recuperasse no ritmo que esperávamos. A empresa teve que ajustar suas operações de acordo, o que levou a entregas de aeronaves comerciais menores do que o planejado originalmente. Estamos adaptando nossa produção para atender à oferta ", disse Guillaume Faury, CEO da Airbus.
"À medida que avançamos em 2023, estamos focados em nossas atividades industriais e a transformação de longo prazo da Companhia. O sólido desempenho financeiro de 2022 e nossa confiança no futuro nos levam a propor um pagamento de dividendos maior este ano”, continuou.
Os pedidos brutos de aeronaves comerciais aumentaram para 1.078 (2021: 771 aeronaves), com pedidos líquidos de 820 aeronaves após cancelamentos (2021: 507 aeronaves) correspondendo a uma relação livro-faturamento significativamente acima de 1. A carteira de pedidos totalizou 7.239 aeronaves comerciais no final de 2022. A Airbus Helicopters registou 362 encomendas líquidas (2021: 414 unidades), com um book-to-bill superior a 1 tanto em unidades como em valor. Os pedidos de helicópteros foram bem distribuídos entre os programas e incluíram 12 H160s. A entrada de pedidos da Airbus Defence and Space em valor foi de € 13,7 bilhões (2021: € 13,7 bilhões), correspondendo a um book-to-bill de cerca de 1,2. Os principais pedidos incluíram o Demonstrator Phase 1B do Future Combat Air System, o sistema aéreo não tripulado Eurodrone e 20 Eurofighters de última geração para a Força Aérea Espanhola.
A entrada de pedidos consolidados por valor aumentou para € 82,5 bilhões (2021: € 62,0 bilhões), com a carteira de pedidos consolidada avaliada em € 449 bilhões no final de 2022 (final do ano de 2021: € 398 bilhões). O aumento no valor da carteira consolidada reflete principalmente o book-to-bill acima de 1 e a valorização do dólar americano.
As receitas consolidadas aumentaram 13% para € 58,8 bilhões (2021: € 52,1 bilhões). Um total de 661 (1) aeronaves comerciais foram entregues (2021: 611 (2) aeronaves), compreendendo 53 A220s, 516 A320 Family, 32 A330s e 60 A350s. As receitas geradas pelas atividades de aeronaves comerciais da Airbus aumentaram 15% ano a ano, refletindo principalmente as maiores entregas e o fortalecimento do dólar americano. A Airbus Helicopters entregou 344 unidades (2021: 338 unidades), com receita crescendo 8%, refletindo principalmente o crescimento nos serviços e uma combinação favorável de programas. As receitas da Airbus Defence and Space aumentaram 11%, impulsionadas principalmente pelo maior volume em aeronaves militares e Eurodrone. Um total de 10 aeronaves A400M foram entregues em 2022, em comparação com 8 em 2021.
O lucro antes de juros e impostos (EBIT) consolidado ajustado – uma medida alternativa de desempenho e indicador-chave que captura a margem de negócios subjacente, excluindo encargos materiais ou lucros causados por movimentos em provisões relacionadas a programas, reestruturações ou impactos cambiais, bem como ganhos/perdas de capital da alienação e aquisição de negócios – aumentou para € 5.627 milhões (2021: € 4.865 milhões).
O EBIT ajustado relacionado às atividades de aeronaves comerciais da Airbus aumentou para € 4.600 milhões (2021: € 3.570 milhões). O aumento reflete as entregas mais altas e é sustentado por alguns elementos não recorrentes – principalmente os impactos positivos das obrigações de aposentadoria e do progresso feito nos tópicos relacionados à conformidade – parcialmente compensados por uma taxa de hedge menos favorável em comparação com o ano fiscal de 2021.
No programa Família A320, a trajetória de ramp-up foi adaptada com os fornecedores. A empresa agora está avançando para uma taxa de produção mensal de 65 aeronaves até o final de 2024 e 75 em 2026. A entrada em serviço do A321XLR está prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2024.
A taxa de produção mensal do A330 aumentou para cerca de 3 no final de 2022, conforme planejado, e a empresa agora tem como meta atingir a taxa 4 em 2024. A taxa mensal do A350 agora é de cerca de 6 aeronaves. A fim de atender à crescente demanda por aeronaves widebody à medida que as viagens aéreas internacionais se recuperam e após um estudo de viabilidade com a cadeia de suprimentos, a empresa agora tem como meta uma taxa de produção mensal de 9 A350s no final de 2025.
O lucro antes de juros e impostos ajustado da Airbus Helicopters aumentou para € 639 milhões (2021: € 535 milhões), refletindo serviços mais elevados e execução do programa. Elementos não recorrentes incluíram o impacto positivo relacionado às obrigações de aposentadoria contabilizadas no primeiro trimestre.
O EBIT ajustado na Airbus Defence and Space diminuiu para € 384 milhões (2021: € 696 milhões), refletindo principalmente a deterioração relacionada à perda de dois satélites Pleiades Neo em dezembro e a atrasos no lançador Ariane 6, bem como o impacto de inflação crescente. Isso foi parcialmente compensado pelo maior volume em aeronaves militares, o ramp-up do Eurodrone e o impacto positivo relacionado às obrigações de aposentadoria registradas no primeiro trimestre.
No programa A400M, as atividades de desenvolvimento continuam para alcançar o roteiro de capacidade revisado. As atividades de retrofit estão progredindo em estreito alinhamento com o cliente. Em 2022, foi efetuada uma atualização do contrato “Estimate at Completion” e registado um encargo adicional de € 0,5 mil milhões. Isso reflete principalmente as premissas atualizadas, incluindo inflação e riscos relacionados aos marcos de desenvolvimento contratuais restantes do SOC3 a serem alcançados. Os riscos permanecem na qualificação de capacidades técnicas e custos associados, na confiabilidade operacional da aeronave, na redução de custos e na garantia de pedidos de exportação no tempo de acordo com a linha de base revisada.
As despesas consolidadas de P&D autofinanciadas totalizaram € 3.079 milhões (2021: € 2.746 milhões).
O EBIT consolidado (relatado) totalizou € 5.325 milhões (2021: € 5.342 milhões), incluindo ajustes líquidos de € -302 milhões.
O fluxo de caixa livre consolidado antes de M&A e financiamento ao cliente foi de € 4.680 milhões (2021: € 3.515 milhões), apoiado pelo ambiente cambial favorável e um forte impacto positivo do capital de giro. O fluxo de caixa livre consolidado foi de € 4.324 milhões (2021: € 3.511 milhões). O dividendo de 2021 de € 1,50 por ação, ou € 1,2 bilhão no total, foi pago no segundo trimestre de 2022, enquanto as contribuições para pensões totalizaram € 0,6 bilhão durante o ano. A posição bruta de caixa situou-se em € 23,6 bilhões no final de 2022 (final do ano de 2021: € 22,7 bilhões), com uma posição de caixa líquida consolidada (4) de € 9,4 bilhões (final do ano de 2021: € 7,7 bilhões).
O Conselho de Administração irá propor o pagamento de um dividendo de 2022 de € 1,80 por ação (2021: € 1,50 por ação) à Assembleia Geral Ordinária de 2023 a ter lugar a 19 de abril de 2023. A data de pagamento proposta é 27 de abril de 2023.
Panorama
Como base para sua orientação para 2023, a Empresa não assume nenhuma interrupção adicional na economia mundial, no tráfego aéreo, na cadeia de suprimentos, nas operações internas da Empresa e em sua capacidade de fornecer produtos e serviços.
A orientação da empresa para 2023 é antes de M&A.
Com base nisso, as metas da Empresa para alcançar em 2023 em torno de:
720 entregas de aeronaves comerciais;
EBIT Ajustado de € 6,0 bilhões;
Fluxo de Caixa Livre antes de M&A e Financiamento a Clientes de € 3,0 bilhões.
A empresa recebeu a aprovação da iniciativa Science Based Targets (SBTi) para suas metas de curto prazo de redução de emissões de gases de efeito estufa. Essas metas, alinhadas aos objetivos do acordo de Paris, são baseadas na ciência do clima e abrangem o conjunto total de emissões da Companhia. A Airbus pretende reduzir suas emissões industriais de Escopo 1 e Escopo 2 em até 63% até 2030, em linha com uma trajetória de 1,5°C. A Companhia também se comprometeu a reduzir em 46% a intensidade das emissões de gases de efeito estufa geradas por suas aeronaves comerciais em serviço (Escopo 3 – Uso do Produto Vendido) até 2035.