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Luiz Fara Monteiro

Demanda por carga aérea se fortalece apesar dos desafios

Embora a procura esteja basicamente estável em comparação com 2022, esta é uma melhoria em relação ao desempenho dos últimos meses, informa a Associação do Transporte Aéreo Internacional 

Luiz Fara Monteiro|Luz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro

IATA: Demanda por carga aérea se fortalece
IATA: Demanda por carga aérea se fortalece Lucas Batista

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de julho de 2023, que mostram uma tendência contínua de recuperação das taxas de crescimento desde fevereiro. A demanda por carga aérea de julho ficou apenas 0,8% abaixo dos níveis do ano anterior. Embora a demanda esteja agora basicamente estável em comparação com 2022, esta é uma melhoria em relação ao desempenho dos últimos meses, um fato particularmente significativo considerando as quedas nos volumes do comércio global e as crescentes preocupações com a economia da China.

A demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs*), ficou 0,8% abaixo dos níveis de julho de 2022 (-0,4% nas operações internacionais). Esta foi uma melhoria significativa em relação ao desempenho do mês anterior (-3,4%).

A capacidade, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), subiu 11,2% em relação a julho de 2022 (10,8% nas operações internacionais). O forte aumento do indicador ACTK é reflexo do aumento da capacidade de carga em voos de passageiros (29,3% ano a ano) devido à temporada de verão no hemisfério norte.

Os principais fatores que influenciaram as operações de carga são:


Em julho, tanto o índice PMI de manufatura (49,0) como o PMI de novos pedidos de exportação (46,4) ficaram abaixo do limite crítico de 50, indicando um declínio na produção da manufatura e nas exportações globais.

O comércio internacional global diminuiu pelo terceiro mês consecutivo em junho, com queda de 2,5% em relação ao ano anterior, reflexo do ambiente de desaceleração da demanda e das condições macroeconômicas desafiadoras. A diferença entre as taxas de crescimento anuais da carga aérea e do comércio global de mercadorias diminuiu para -0,8 pontos percentuais em junho. Embora o aumento da carga aérea ainda esteja atrás do comércio global, a diferença é a menor desde janeiro de 2022.


Em julho, o PMI global de prazo de entrega do fornecedor foi 51,9, indicando menos atrasos na cadeia de fornecimento. Todas as principais economias, exceto a China, apresentaram PMIs acima de 50. Os Estados Unidos, a Europa e o Japão registraram PMIs de 54,2, 57,7 e 50,4, respetivamente.

A inflação apresentou um cenário misto em julho, com o aumento dos preços ao consumidor nos Estados Unidos acelerando pela primeira vez em 13 meses. Entretanto, na China, os preços ao consumidor e ao produtor caíram, apontando para uma possível economia deflacionária.


“Em comparação com julho de 2022, a demanda por carga aérea ficou basicamente estável. Considerando que estávamos 3,4% abaixo dos níveis de 2022 em junho, isso é uma melhoria significativa e continua da tendência de fortalecimento da demanda que se iniciou em fevereiro. A evolução desta tendência nos próximos meses será algo a ser observado com atenção. Muitos fatores fundamentais da demanda por carga aérea, como os volumes comerciais e os pedidos de exportação, permanecem fracos ou estão caindo. E há preocupações crescentes sobre como a economia da China está se desenvolvendo. Além disso, vemos prazos de entrega mais curtos, o que normalmente é um sinal de aumento da atividade econômica. No meio dessas situações distintas, o fortalecimento da demanda nos dá boas razões para sermos cautelosamente otimistas”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.

Desempenho por região em julho de 2023

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico relataram aumento de 2,7% nos volumes de carga aérea em julho de 2023 em comparação com o mesmo mês de 2022. Esta foi uma melhoria significativa no desempenho em relação a junho (-3,3%). As transportadoras da região se beneficiaram do crescimento em três principais rotas comerciais: Europa-Ásia (3,2% de crescimento em relação ao ano anterior), Médio Oriente-Ásia (de 1,8% em junho para 6,6% em julho) e África-Ásia (voltando a apresentar crescimento de dois dígitos de 10,3% em relação ao ano anterior; em junho o índice foi de -4,8%). Além disso, as rotas comerciais dentro da Ásia também apresentaram desempenho consideravelmente melhor em julho, com declínio anual de CTK internacionais de 7,5% em comparação com as quedas de dois dígitos observadas desde setembro de 2022. A capacidade disponível na região aumentou 26,0% em comparação com julho de 2022 com o aumento da capacidade de carga disponibilizada em voos de passageiros.

As transportadoras da América do Norte apresentaram o pior desempenho entre todas as regiões, com queda de 5,2% nos volumes de carga em julho de 2023 em comparação com o mesmo mês de 2022, marcando o quinto mês consecutivo em que a região teve o pior desempenho. No entanto, esse resultado representou uma pequena melhoria em relação a junho (-5,9%). A rota transatlântica entre a América do Norte e a Europa apresentou queda de 4,3% no tráfego em julho, 1,2 pontos percentuais abaixo do mês anterior. A capacidade aumentou 0,5% em relação a julho de 2022.

As transportadoras da Europa registraram queda de 1,5% em seus volumes de carga aérea em julho em relação ao mesmo mês de 2022. No entanto, esse resultado representou uma melhoria no desempenho em relação a junho (-3,2%). Os volumes foram afetados pelo desempenho mencionado acima na rota entre Europa e América do Norte e pelas quedas nos mercados Oriente Médio-Europa (-1,2%) e dentro da Europa (-5,1%). A capacidade aumentou 5,3% em julho de 2023 em comparação com julho de 2022.

As transportadoras do Oriente Médio apresentaram aumento de 1,5% nos volumes de carga em julho de 2023 versus junho de 2022. Este resultado também representou uma melhoria em relação ao desempenho do mês anterior (0,6%). A demanda nas rotas entre o Médio Oriente e a Ásia tem apresentado tendência de alta nos últimos dois meses. A capacidade aumentou 17,1% em relação a julho de 2022.

As transportadoras da América Latina registraram aumento de 0,4% nos volumes de cargas de julho de 2023 em relação a julho de 2022. Este resultado foi uma queda no desempenho em relação ao mês anterior (2,2%). A capacidade aumentou 10,0% em julho em relação ao mesmo mês de 2022.

As companhias aéreas da África apresentaram o melhor desempenho de julho de 2023, com aumento de 2,9% nos volumes de carga em comparação com julho de 2022. Particularmente, as rotas entre a África e a Ásia registraram crescimento significativo na demanda por carga (10,3%). A capacidade ficou 11,0% acima dos níveis de julho de 2022.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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