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Luiz Fara Monteiro
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Forte vento lateral põe avião da Embraer em quase colisão com outra aeronave

Investigadores franceses detalham agora grave incidente em Paris ocorrido em 2020 quando um Embraer 170, executando arremetida, entrou na trajetória de subida de um Airbus A320

Luiz Fara Monteiro|Do R7


A rota do Embraer em vermelho; E a rota do A320 em azul
A rota do Embraer em vermelho; E a rota do A320 em azul

Investigadores franceses detalharam um grave incidente que ocorreu em Paris Charles de Gaulle quando um Embraer 170, executando uma arremetida, entrou na trajetória de subida de um Airbus A320 partindo simultaneamente da pista paralela adjacente.

Ao descer para a pista 26L em 21 de outubro de 2020 – durante um período de fortes ventos cruzados e turbulência – o Embraer abortou sua aproximação a 200 pés, após um alerta de forte correntes de vento.

Sua tripulação aplicou uma manobra de windshear, subindo para 1.500 pés, mantendo uma atitude de asas niveladas e, em seguida, notificando o controlador da torre sobre a arremetida.

Mas o forte vento lateral fez com que o Embraer desviasse para a direita nesse ínterim, desviando-se para as proximidades de outro avião, modelo A320 da Brussels Airlines que decolava da pista 26R.

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A autoridade de investigação francesa BEA diz que o controlador – cerca de 10s após ouvir a arremetida – tentou resolver o conflito com uma fraseologia de emergência, instruindo a tripulação do Embraer a virar à esquerda em um rumo de 240°.

“A tripulação leu a instrução, mas a ordem do controlador para mudar o rumo não foi seguida”, diz o inquérito.

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O BEA diz que a tripulação do Embraer estava cumprindo um procedimento de prevenção de colisão e interrompeu a curva ao passar um rumo de 250°. O vento cruzado significava que a aeronave ainda estava seguindo 263°, em direção à trajetória do A320.

Devido a uma frequência de rádio ocupada, a tripulação do Embraer não informou ao controlador sobre a resolução para evitar colisões.

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O controlador interveio para ordenar que a tripulação do A320 parasse de subir – mas não usou a fraseologia de emergência. A tripulação do A320 respondeu que estava seguindo um alerta para evitar colisões.

O BEA diz que a tripulação da Embraer então informou “ambiguamente” ao controlador sobre seu próprio aviso de prevenção de colisão, usando o pretérito, o que pode ter levado o controlador a acreditar que o conflito havia acabado – e significava que o controlador estava dando ordens às tripulações, mesmo quando a resolução do conflito continuava.

A análise das trajetórias de voo das aeronaves mostra que elas chegaram a 0,09 milhas náuticas – cerca de 550 pés – horizontalmente (cerca de 167 metros) e 460 pés verticalmente (137 metros) em seu ponto de aproximação mais próximo.

Segundo o BEA, a tripulação do A320 parou a subida a cerca de 2.000 pés como parte do aviso de resolução, e a tripulação da Embraer, após voar longe do conflito, retomou uma curva à esquerda para um rumo de 200°.

Os investigadores afirmam que foi dada “consideração insuficiente” à implementação de operações simultâneas na pista durante fortes ventos laterais e com risco de cisalhamento. O inquérito acrescenta que o cumprimento da tripulação do Embraer com o procedimento de windshear até 1.500 pés de altitude – independentemente de o windshear ainda estar presente – poderia ter atrasado ações subsequentes de separação de aeronaves.

Nenhum dos ocupantes – totalizando 62 no Embraer (F-HBXK) e 41 no A320 (OO-SNE) – ficou ferido, informa reportagem da Flight Global.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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