Primeiro transporte aéreo de órgãos é realizado por aeronave de asa fixa em apoio ao programa TransplantAR Aviação Solidária
O avião foi oferecido pela Universidade Brasil para o transporte gratuito de órgãos destinados a transplantes
Na última terça-feira, 29, aconteceu o primeiro voo de aeronave de asa fixa do recém lançado TransplantAR Aviação Solidária, programa do Governo de SP, em parceria com o Instituto Brasileiro de Aviação (IBA), para o transporte aéreo gratuito de órgãos destinados a transplantes.
O avião, autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil, foi oferecido pela Universidade Brasil, que participa de forma voluntária do programa. O transporte incluiu um coração e um fígado de um doador, que foram destinados a um receptor em prioridade máxima no Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo. A ação exemplifica a importância de uma logística eficiente no processo de transplantes e como a aviação pode ser um diferencial determinante.
A iniciativa visa dar agilidade para a logística de captação de órgãos, unindo a aviação privada, o comprometimento comunitário e a tecnologia para reduzir a taxa de descarte de órgãos viáveis para doação. “Hoje, no Brasil, temos um desperdício de 20 a 30% dos órgãos doados, pois não temos meio de transportá-los. Órgãos como coração e pulmão precisam ser transplantados em até 4 horas“, afirma Francisco Lyra, presidente do IBA.
De acordo com Fernando Costa, presidente do conselho da Universidade Brasil, é uma grande honra contribuir com o TransplantAR. “Disponibilizar nossa aeronave para o primeiro voo de asa fixa para transporte de órgãos deste programa é mais do que um gesto de apoio, é a materialização do nosso compromisso com a preservação e valorização da vida”. Segundo Costa, ações dessa envergadura estão diretamente ligadas aos compromissos da Universidade como instituição formadora de profissionais na área da saúde. “Incentivar e fortalecer os transplantes no Brasil é uma responsabilidade que abraçamos com dedicação e seriedade. Acreditamos que a educação deve estar ativamente conectada à prática e ao serviço. Cada doação de órgãos representa uma nova oportunidade de vida, e estamos orgulhosos de fazer parte deste processo vital”.
O Programa TransplantAR Aviação Solidária nasceu quando o comandante e empresário Francisco de Assis Lyra, o cirurgião cardiovascular do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (InCor), Dr. Ronaldo Honorato, e outros empresários identificaram que aeronaves privadas ficavam de 80% a 90% do tempo estacionadas. Com o programa, sempre que há oferta de um órgão disponível, a Central Estadual de Transplantes do Estado de São Paulo, aciona o Instituto Brasileiro de Aviação (IBA), que mobiliza uma aeronave privada conforme disponibilidade. O programa teve início em dezembro de 2023, com o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O lançamento oficial foi feito pelo Governo do Estado de São Paulo em setembro de 2024.
“É extremamente gratificante viabilizar a captação de um coração, distante mais de 500 quilômetros da capital paulista. Ações como essa potencializam a logística de captação de órgãos ofertados à distância dos centros transplantadores. Até o final da tarde, o receptor já estava com o novo coração pulsando em seu peito e se recuperando de um procedimento de alta complexidade”, afirmou Dr. Samuel Padovani Steffen, coordenador do Grupo de Transplante Cardíaco da Rede D’Or, onde foi realizado o transplante.
O projeto também conta com o apoio de concessionárias operadoras de aeroportos, distribuidoras de combustível, empresas de atendimento e catering, além de ser realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP). Foi reconhecido no Prêmio Justiça e Saúde 2024, na categoria Empresas e Sociedade Organizada, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) através do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus).
Para mais informações sobre o projeto TransplantAR Aviação Solidária, visite: www.transplantar.institutoaviacao.org.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.