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Avaliação: Kawasaki Versys 1000 GT turismo de luxo

Kawasaki eleva Versys 1000 GT a novo patamar com eletrônica embarcada. Moto excepcional para longas viagens ou para o dia a dia 

Moto Segurança e Trânsito|André Garcia, do R7

Preparada para te levar o motociclista para onde quiser
Preparada para te levar o motociclista para onde quiser Preparada para te levar o motociclista para onde quiser

Antes de começar, necessário explicar que a Versys 1000 GT não é um Big Trail, está inserido em um segmento de motocicletas que o mercado de duas rodas conhece como Crossover, assim como, no setor automotivo, os atuais SUV´s que apesar da robustez passam longe da terra. A postura de pilotagem, curso longo de suspensão, se assemelham muito com a Big Trail, mas usam rodas de liga-leve de 17 polegadas calçadas com pneus esportivos. Portanto, não é todo terreno, por um detalhe importante: não tem rodas raiadas de 19 ou 21 polegadas e pneus fora de estrada. Kawasaki deixa isso bem claro na proposta do produto e a chama de “Adventure Tourer”.

A nova Versys 1000 ficou ainda mais imponente, com cara de mau e os baixinhos como eu, com 1,65 de altura, vão sentir um frio no estômago com receio de não alcançar os pés no solo ou mesmo com o peso dela, mas afirmo que é sofrer antes do tempo, pois a hora que você montar, mantendo pé direito no freio, consegue colocar, totalmente, o pé esquerdo no chão, ambos, ao mesmo tempo, ficará só com parte dos pés. Outra detalhe importante, apesar do peso em ordem de marcha de 257 kg, na versão GT, e 253 Kg na versão STD, você terá a nítida impressão que ela pesa menos, dado a excelente distribuição de massa, sendo possível até manobrá-la montado.

Para o dia a dia, basta tirar as malas laterais
Para o dia a dia, basta tirar as malas laterais Para o dia a dia, basta tirar as malas laterais

Ao montar você notará que piloto e máquina se tornam uma única peça perfeitamente encaixados, é como vestir um terno milimetricamente ajustado por um alfaiate: pernas bem encaixadas no tanque, pés bem posicionados nas pedaleiras levemente recuadas, braços relaxados e punhos com o básico no lugar propiciando uma pilotagem intuitiva - nada de tirar os olhos da estrada ou ficar perdido com acionamento de setas ou buzina. Percebe-se que a Kawasaki tomou cuidado com a aerodinâmica da carenagem frontal, seu desenho é proposital para manter a roda dianteira colado ao chão, principalmente, em altas velocidades, tamanha sua estabilidade em reta e curvas, propiciando, inclusive, rápidas mudanças de trajetória. O assento é uma poltrona, afirmo que é a mais confortável dentre todas as suas concorrentes no segmento, piloto e garupa estão bem servidos podendo rodar por horas e horas ou quilometros e quilometros sem estressar as nádegas. O parabrisa no modelo GT é mais largo e aqui um ponto negativo quanto ao seu ajuste, podia utilizar um mecanismo que seja possível seu manuseio pilotando ou até mesmo eletricamente como é oferecido na sua irmã Concours14, mas com minha estatura não senti necessidade de ampliar sua altura.

Mesmo na versão STD, conta com cavalete central de suma importância para cuidar da relação
Mesmo na versão STD, conta com cavalete central de suma importância para cuidar da relação Mesmo na versão STD, conta com cavalete central de suma importância para cuidar da relação

Nota: Mesmo na versão GT que conta com muita eletrônica e vários botões, a Kawasaki manteve a excelência em ergonomia e o botão de acionar o farol alto ou lampejar (no dedo indicador esquerdo) podendo ser fixado na luminosidade alta no mesmo botão. Para lampejar o piloto vai apertar o botão em sua direção, para fixar a luz alta basta empurrar esse mesmo botão em direção ao parabrisa. Botão de pisca-alerta ficou corretamente no punho esquerdo. O botão de acionar o aquecimento de manopla também está a esquerda. Se quiser ler sobre ergonomia na motocicleta, click aqui. Vale lembrar que ambos manetes de embreagem e freio dianteiro oferece regulagem em 5 níveis.

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Mesmo com vasta eletrônica, punho oferece boa ergonomia
Mesmo com vasta eletrônica, punho oferece boa ergonomia Mesmo com vasta eletrônica, punho oferece boa ergonomia

Ao ligar, começa a bela sinfonia dos 4 cilindros, DOHC de 16 válvulas, refrigerado por líquido com 1043 centímetros cúbicos, oferecendo 120 cv de potência à 9.000 RPM e torque de 10,4 Kgfm à 7500 RPM. É muito nítido a disposição do motor desde a saída aos 1500 RPM. Você vai notar que o som ficou bem mais encorpado devido aos pequenos cuidados da engenharia, como a admissão de ar para o motor e o escapamento redesenhado e mais curto, garantindo um som enfurecido dependendo da dosagem no punho direito ou conforme sobe a rotação. Por falar do punho direito, é nítido o quanto ficou mais leve acelerar essa moto, exigindo menos esforço, devido a introdução do acelerador eletrônico que por sua vez foi possível também introduzir o importante controle de cruzeiro, vulgo piloto automático.

O câmbio é bem escalonado, justo e preciso como um relógio suíço, muito bem casado com a embreagem leve e macia que conta com “Slip&Assist” que não permite o travamento da roda traseira em reduções drásticas. O câmbio, ainda conta, com quick shifter integral (KQS), ou seja, para subir ou descer marchas e confesso que fiquei admirado com sua precisão mesmo no uso urbano. Amei sair de pedágios em 2ª marcha, enfiando a mão no acelerador e subindo marcha sem acionar a embreagem, parece que você está em um vídeo-game.

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Painel completo e colorido
Painel completo e colorido Painel completo e colorido

Nota: O quick shifter funciona a partir dos 35 km/h e sempre acima dos 2500 RPM.Vale nota também a segurança quando você precisa diminuir a velocidade drasticamente usando freios dianteiro, traseiro e motor. Com o KQS você conta com o freio motor instantaneamente ao reduzir marcha, sem sequer soltar a moto em milésimos de segundo quando aciona a embreagem.

Ainda falando do motor, seu funcionamento é suave e linear, sem qualquer vibração, sendo possível andar a míseros 30 km/h em 5 ª marcha a 2000 RPM sem qualquer engasgo ou pilotar como uma esportiva levando até a faixa vermelha e esperando o shift light acender na rotação programada, notando que a eletrônica desempenha um papel de suma importância, chamando atenção sua neutralidade. A Kawasaki incorporou na Versys 1000 2019 a Unidade de Medição Inercial de 6 eixos da Bosch, que controla o ABS, o controle de tração, as luzes de curva (cornering lights), a suspensão. Com isso, você vai notar que em aceleração e frenagem fortes, a suspensão trabalha não permitindo o afundamento de acordo com o parâmetro escolhido, bem como qualquer pequeno sinal da perda de tração da roda traseira a eletrônica atuará para o piloto manter controle.

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Nota: UMI da Bosch trabalha com o KCMF (Kawasaki Cornering Management Function): pacote de gerenciamento total de motor e chassi. O destaque da eletrônica da Kawasaki sempre foi a programação altamente sofisticada que, usando o mínimo de hardware, fornece à central eletrônica (ECU) uma imagem precisa e em tempo real do que o chassi está fazendo. O programa de modelagem dinâmica da marca faz uso hábil de informações dos pneus, examinando as mudanças em vários parâmetros e permitindo que leve em consideração as alterações nas condições da estrada, do pneu e de inclinação.

É possível configurar cada um dos modos de pilotagem e suspensão
É possível configurar cada um dos modos de pilotagem e suspensão É possível configurar cada um dos modos de pilotagem e suspensão

Seu chassi em alumínio foi aprimorado para levar mais peso, dado sua característica turística, que com as novas suspensões derivadas da Ninja ZX-10 R, controladas eletronicamente na dianteira e traseira em um sistema semi-ativo adaptando em tempo real as condições de trajeto. Para o amigo (a) leitor(a) ter uma noção, imagina um trecho de serra, com as malas carregadas, com garupa e você chegar a impressionantes 45º de inclinação em curva. Só confiando muito na máquina. É como percorrer em trilhos.

A suspensão da grife SHOWA (KECS - Kawasaki Electronic Control Suspension) tem três configurações Soft, Hard e Normal.

Na versão GT é possível configurar a moto pelo smartphone. É muito fácil
Na versão GT é possível configurar a moto pelo smartphone. É muito fácil Na versão GT é possível configurar a moto pelo smartphone. É muito fácil

Toda configuração é possível no painel TFT colorido ou via smartphone pelo App “Kawasaki Rideology”. Configurar a Versys 1000 GT pelo App é mais intuitivo que nos punhos que demanda um tempo para acostumar. Painel é completo com todas as informações hodômetros total e parciais 1 e 2, relógio, inclinação de curvas em graus e instantâneo por gráfico, marcha engatada, range (autonomia de combustível), consumo médio e instantâneo, nível de combustível, temperatura do motor, temperatura ambiente, velocidade e o conta-giros é analógico.

Display 2 mostra graficamente aceleração e frenagem
Display 2 mostra graficamente aceleração e frenagem Display 2 mostra graficamente aceleração e frenagem

Nota: Há duas configurações de display ou painel: a primeira com todas as informações e a segunda com mais gráficos que mostra quanto se abre o acelerador ou quanto está acionando o freio. Gostei muito do conta-giros ser analógico.

Como já mencionei, a Versys 1000 GT é assumidamente asfáltica, já que conta com rodas de 17 polegadas sendo a roda dianteira calçando pneu de 120/70 e traseiro 180/55, que vem de série com Bridgestone Battlax T31, com suspensão dianteira de 150 mm de curso com garfo telescópico invertido de 43 mm com compressão e retorno controlados pelo KECS e pré-carga de mola ajustável manualmente pela configuração eletrônica e na traseira com 152 mm de curso com amortecedor a gás BRFC.

Reunião de trabalho durante a semana? Versys 1000 GT
Reunião de trabalho durante a semana? Versys 1000 GT Reunião de trabalho durante a semana? Versys 1000 GT

Para parar a fera, na dianteira conta com 2 discos de 310 mm, pinças monobloco de montagem radial com 4 pistões opostos e traseira com disco único de 250 mm com pistão simples, dotados com sistema ABS de última geração, sendo possível utilizar o freio dianteiro em curva sem que cause a perda da frente ou o levantamento da motocicleta. Os freios são irrepreensíveis na modulação e potência, bem como, em quase 100 km de serra com dezenas de curvas, usei e abusei dos freios que não mostraram fadiga.

Nota: A Kawasaki, por questão de segurança, não permite o desligamento do sistema ABS (KIBS - Kawasaki Intelligent anti-lock Brake System), mas você notará que de acordo com a configuração da pilotagem RAIN, ROAD ou SPORT o sistema fica mais ou menos intrusivo trabalhando com o controle de tração.

Por falar nos modos de pilotagem, a configuração de pilotagem escolhida atribui o acerto de suspensão default de fábrica:

- RAIN: o controle de tração (KTRC - Kawasaki Traction Control) nível 3, suspensão SOFT e motor entra em LOW caindo a potência para cerca de 90 cv;

- ROAD: controle de tração 2, suspensão Normal ou standard e potência Full;

- SPORT: controle de tração 1, suspensão Hard e potência Full;

- RIDER: possibilita criar um quarto modo de pilotagem, onde deixei com controle de tração 1, suspensão normal e potência Full.

Sua versatilidade possibilita passar até no mercado
Sua versatilidade possibilita passar até no mercado Sua versatilidade possibilita passar até no mercado

Todavia, em cada modo de pilotagem, é possível alterar toda configuração de potência, controle de tração e acerto da suspensão, inclusive individualmente da compressão e retorno controlados pelo KECS e na pré-carga de mola ajustável manualmente pela configuração eletrônica, algo somente para quem entende e gosta de mexer em suspensão. Por exemplo: no modo SPORT, que utiliza Hard, é possível entrar no KECS e deixar a suspensão ainda mais dura ou mais mole na dianteira e ou na traseira, do que veio de fábrica.

Mesmo na versão STD, sistema de iluminação é por LED
Mesmo na versão STD, sistema de iluminação é por LED Mesmo na versão STD, sistema de iluminação é por LED

Quando falei da neutralidade do sistema, não foi por acaso, pois levei a Versys 1000 GT para um passeio off-road leve durante o lançamento da exposição “Duas Rodas e Uma Nação” na cidade de Socorro-SP, onde foi preparado um roteiro pós visitação ao museu para a imprensa especializada e que pode ler lido aqui. Em todo trecho off-road, como estava usando o modo RIDER, só alterei a configuração para LOW e confesso que a Versys 1000 GT mais uma vez me surpreendeu seja pela suspensão, no caso utilizando o modo normal, seja pela intrusividade do controle de tração e ABS que em momento algum interferiu na pilotagem, em outras palavras a pilotagem transcorre naturalmente. Precisei forçar algumas situações para notar mais nitidamente o funcionamento do sistema, como corte do acelerador ou retorno do ABS. Portanto, é uma moto para te levar até o Ushuaia sem sombra de dúvidas.

Outra face de sua versatilidade: off road leve
Outra face de sua versatilidade: off road leve Outra face de sua versatilidade: off road leve

Se por um lado ela tem forte característica para o turismo, também tem para o dia a dia, constatando que mesmo no caótico trânsito de São Paulo, você não trava nos corredores como da Marginal Pinheiros e avenida dos Bandeirantes, mesmo o motor alcançando temperatura de 100º o calor não é dissipado para as pernas e é possível andar em 4ª ou 5ª marchas a 50 Km/h com médias de 25 km/l mostrado no painel. Nessa velocidade, precisando, basta girar o punho direito que tem torque de sobra, mas se quiser, sem acionar embreagem, basta descer marcha e acelerar, é uma delícia.

Painel na versão STD em LCD, mas também marca inclinação de curva
Painel na versão STD em LCD, mas também marca inclinação de curva Painel na versão STD em LCD, mas também marca inclinação de curva

Nota: A iluminação da Versys 1000 GT é impressionante por dois motivos: o quanto ilumina à noite e o quanto torna visível, durante o dia, para outros veículos, dado o brilho significativo. Isso se traduz em mais segurança. Os faróis da Versys 1000 GT possui feixes baixo e alto, além de lâmpada de posição em LED. Vale lembrar que vem de série com faróis auxiliares que só usei na rodovia.

Faltou falar que pilotar de pé é bem confortável com boa visualização do painel e seu tanque com 21 litros propicia boa autonomia de acordo com a mão direita, já que minha pior média foi de 12 km/l e a melhor de 19,5 km/l, ou seja, de 250 a 400 km. Se vale o preço cobrado? Basta olhar suas concorrentes no segmento e concluir que por tudo que oferece (eletrônica embarcada, malas/top case e acessórios de fábrica) é o melhor custo X benefício no mercado, além de ser uma moto que não dá sustos, mesmo para novatos seja no modo Full ou Low tamanha a linearidade e docilidade do motor, o que é infernal na Yamaha Tracer 900 GT e BMW S 1000XR, já que Ducati MTS 1260 com ajuda da eletrônica fica mais mansa. 

Prazer em pilotar a Versys 1000 é a mesma no STD ou GT. Ciclística e motor acima da média
Prazer em pilotar a Versys 1000 é a mesma no STD ou GT. Ciclística e motor acima da média Prazer em pilotar a Versys 1000 é a mesma no STD ou GT. Ciclística e motor acima da média

Por fim, também avaliei a Versys 1000 STD que difere da GT pelo painel em LCD, parabrisa mais estreito, não conta com aquecimento de manopla, piloto automático, suspensão eletrônica e malas e acessórios. O acerto de suspensão default, achei muito bom, bem meio termo entre conforto para cidade e boa dose de esportividade em trechos de serra. No mais, seu comportamento é idêntico contando com modos de pilotagem, controle de tração e freios ABS. Para quem não viaja, bastará um top case e talvez protetores de mãos. Mas para quem tem intenção de viajar a diferença de R$ 13.500,00 de preço compensa sem sombra de dúvidas a escolha pela GT, já que se você comprar todas as malas, protetores de motor, mãos, faróis auxiliares, certamente ultrapassará esse valor e não contará com toda eletrônica embarcada na GT.

Ficha técnica da Versys 1000 GT click aqui

Ficha técnica da Verys 1000 STDclick aqui

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