A Z400 é uma naked que nasce como derivação de uma esportiva, no caso sua irmão NInja 400. No entanto, a ligação da Z400 com suas outras irmãs maiores da família Z da Kawasaki, vai muito além de mera nomenclatura e basta contemplar a beleza dessa pequena grande naked para encontrar detalhes que remetem a Z650, Z900 e Z1000. Isso se deve ao conceito Sugomi aplicado de maneira fiel em toda linha Z, que pode ser traduzido como o espírito de um predador no momento da caça, pronto para atacar sua presa é o que o mercado consumidor denomina de “street fighter”, onde se abre mão das carenagens, deixando a mostra o chassi, o motor e todas suas linhas marcantes e angulares. Antes de montar, você nota a beleza a fluidez do desenho, a cara de má com um olhar penetrante dado seu farol em LED, você nota uma aparência mais volumosa digna de moto de maior cilindrada e ao invés de carenagem, as arestas vincadas dando um ar de agressividade.Nota: O farol além de iluminar muito bem à noite, seu brilho durante o dia chama atenção de tal forma dos motoristas que isso se traduz em maior segurança para o motociclista. Como já mencionei, em relação a Ninja 400 a diferença está na ausência das carenagens e posição de pilotar, já que o guidão mais elevado, no restante freios e motor são idênticos a esportiva que tem atropelado a concorrência no mundial de supersport com a piloto Ana Carrasco. Aliás, em 2018 Ana Carrasco foi a primeira mulher a ganhar um mundial e tal feito se deu com uma Ninja400. Mas, voltemos a Z400 que ao sentar é nítido a diferença mencionada em relação a Ninja400, corpo fica mais ereto devido a altura do guidão, braços mais abertos e relaxados, punhos com bom acabamento ao toque igual as irmãs maiores, banco é esguio e pernas bem encaixadas no volumoso tanque, levando a crer ser uma moto de maior cilindrada, com capacidade de apenas 14 litros de combustível, pés bem posicionados nas pedaleiras levemente recuadas. O painel é idêntico a da irmão Z650 que possibilita fácil leitura dos dados, o tacômetro de estilo analógico, mas é todo digital com conta-giros em forma de arco romano, possui indicador de marcha no centro, velocidade e hodômetros total e parciais 1 e 2, temperatura no motor do lado esquerdo e nível de combustível do lado direito. A minha sugestão a Kawasaki é que ao invés de selecionar as informações direto no painel, bem que podia no punho esquerdo onde fica o botão de luz alta se tornar um botão para navegar pelo computador de bordo, já que o lampejador de luz alto está à disposição no dedo indicador esquerdo,podendo esse botão do lampejador funcionar igual da Versys 1000. O motor de 2 cilindros paralelos, DOHC 8 válvulas, arrefecido à líquido com deslocamento de 399cc, oferece 48 cv de potência à 10.000 RPM e 3,9 Kgfm de torque à 8.000 RPM. Simplesmente em trechos urbanos ou de rodovia não falta fôlego, a Z400 tem torque abundante desde os 1500 RPM, o giro cresce rápido e em um piscar de olhos a velocidade já está em três dígitos. Ainda na cidade, você pode andar em 4ª marcha a míseros 50 Km/h e basta girar o acelerador para o motor encher rápido. Na velha disputa Z400 x MT03 ou Kawasaki x Yamaha, desta vez a moto dos diapasões vai ficar comendo poeira, não pela potência um pouco maior, mas, especialmente, pela disposição do motor, pelo torque em baixa que a Kawa tem de sobra, fazendo o MT se tornar um murcho torque perto do virgo da Z400. Essa disposição de torque em baixa rotação acaba por resultar em menor consumo de combustível, algo muito reclamado na antiga Z300 e na concorrente MT03 que precisa acelerar mais, trabalhar com o motor em maior rotação. A embreagem assistida e deslizante, que sua concorrente MT03 não dispõe, o que significa não travar a roda traseira em reduções bruscas, segundo o fabricante é 20% mais leve, casa bem com o câmbio com marchas bem escalonadas e precisos como um relógio suíço sem falsos neutros.Nota: Quando você está pilotando a Z400 e pega um trecho de serra com aclives e declives, você nota o primor da engenharia de Akashi, pois a moto está colada ao chão e qualquer que seja o raio da curva, simplesmente a moto não oscila é como se estivesse cravada em trilhos. A pilotagem se torna extremamente divertida e prazerosa, sendo possível mudanças rápidas de direção e até mesmo frear bem mais dentro da curva e saindo feito um foguete. O quadro em treliça mostra-se bastante rígido e resistente às forças de torção. Todo o conjunto revela leveza e permite reações que será muito agradável aos motociclistas menos experientes, tudo acontece de forma previsível, e as suspensões, mostram-se complacentes com a pista irregular fruto da afinação mais suave, absorvendo ondulações e buracos de forma agradável, sem que isso signifique a perda de “feedback” da direção. Na traseira talvez haja necessidade de ajustar a pré-carga dependendo do peso do piloto e se andar com garupa. A suspensão com garfo telescópico de 41 mm (antes 37 mm) com curso de 120 mm na dianteira e amortecedor a gás com ajuste (cinco) de pré-carga da mola e atuação no link com 130 de curso, atrelado ao ângulo de inclinação do cáster em 24,5º (na Ninja 400 é 24,7º) é o que torna a sensação do piloto de que a moto está, como disse, colado ao chão e facilitando as mudanças de direção. Para parar, a Kawasaki equipou a Z400 com disco dianteiro semi-flutuante de 310 mm (o mesmo utilizado na Z1000) com pinça de dois pistões, e na traseira disco de 220 mm também acionado por uma pinça com dois pistões, ambos com sistema ABS da Nissin que sofreu um aprimoramento bem significativo, que resulta no funcionamento do ABS, realmente, quando se perde aderência, bem como em um retorno menos assustador. As belas rodas de cinco pontas, semelhantes à Z650 contribuem para o baixo peso, calçada com pneus radiais Pirelli Diablo Rosso II, dianteiro 110/70R17 M/C 54H e traseiro com 150/60R17 M/C 66H. Na cidade o piloto não se sentirá incomodado com o calor emanado do motor, porque não vem para suas pernas, no corredor passará com facilidade dado o posicionamento mais alto dos retrovisores. Por fim, justificando o título da matéria, já que menos pode ser mais e dou como exemplo meu amigo Roberto Giuzio, empresário, motociclista há mais de 40 anos que já teve kawasaki Ninja 900 (ZX-9R) na década de 90, Bandit 650, HD 883 e tantas outras e trocou sua ER-6 pela Ninja 400 e está feliz com máquina, enaltecendo a saúde do motor e a embreagem leve e macia. Beto levou em consideração o quanto utiliza a moto, valor de seguro e manutenção. A Z400 é um excelente degrau para quem vem de motos menos potentes ou mesmo para quem está começando no mundo das duas rodas e é o suficiente para deixar motociclistas experientes satisfeitos. Mais características e ficha técnica, click aqui