Expedição Basilicata: Pão de Matera
Cidade que foi a Capital Europeia da cultura e Patrimônio Mundial tem um pão com selo IGP
Quando a Babara Oristanio, representante da ENIT (Agência Nacional Italiana de Turismo no Brasil), me convidou para o Roots-in em Matera, Itália, eu não tinha ideia do que era a região que visitaríamos.
Para oferecer uma série especial para o Jornal da Record, eu precisava “vender” - como chamamos no jornalismo - muito bem as matérias que faríamos por lá.
Foram três meses de pesquisa e produção até o embarque da equipe formada pela repórter Ingrid Griebel e o repórter cinematográfico Enéias dos Santos.
Na primeira imersão, eu descobri que Matera é Patrimônio Mundial da Unesco e foi Capital Europeia da Cultura em 2019. Além disso, é a cidade onde foram gravadas várias cenas de inúmeros filmes de sucesso, como Mulher Maravilha e 007.
Me encantei quando vi o cenário das gravações. A luz quando bate nas pedras de calcário formam uma luz dourada.
Mas a expedição estava só no começo e iria contemplar além da história da cidade, dos Sassi - casas construídas, esculpidas nas pedras -, dos blockbusters que foram rodados por lá como a gastronomia do local.
Como eu sempre digo que o agro está em tudo, me encantei com o Pane di Matera.
A Padaria Perrone, Il Forno di Gennaro, é um dos locais onde eles fazem o pão de Matera, produzido com sêmola de trigo duro moída, água, fermento e sal. O pão com selo IGP - Indicação Geográfica Protegida- precisa seguir uma série de requisitos para ter esse selo. Vão desde a qualidade da farinha de trigo produzida na província, umidade, método de fermentação e madeira usada no forno e que realçam o sabor.
Sabrina Perone comanda a padaria junto com a irmã Patrizia. A conversa em italiano fluiu bem até que ela contou que morou 4 anos em São Paulo e passou a falar em português comigo.
A partir daí, me senti em casa. Tudo preparado para mostrar a história de um pão conhecido internacionalmente.
Naquela época, não era toda casa que tinha um forno. Então, famílias desenvolveram um carimbo de madeira para identificar seus pães quando usavam o forno de algum vizinho.