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Mundo vive tempos extraordinários do açúcar; entenda

Brasil e Índia são os principais exportadores globais e mantiveram suas produções próximas das máximas na safra

Mundo Agro|Fabi GennariniOpens in new window

Cana-de-açúcar Foto cedida : UNICA

Continuo na rodada de conversas com especialistas que acompanham e analisam o mercado do agronegócio brasileiro.

Desta vez, o Radar Agro, do Itaú BBA, traçou um panorama sobre o mercado do açúcar e suas perspectivas para 2025.

Confira a seguir meu bate-papo com o Lucas Brunetti, analista da consultoria.

Lucas Brunetti - analista da Consultoria Agro do Itaú BBA @pauloguimaraes

Mundo Agro: Tempos extraordinários para o açúcar no Brasil e no mundo? A que se deve isso?


Lucas Brunetti: O que eu quis dizer quando comentei em tempos extraordinários? A ideia de que o preço está muito acima da média. A média do açúcar, nos últimos 12 anos, estava a 17 centavos por libra-peso. E, recentemente, ficou um bom tempo em 25, depois 20, e recentemente estava na casa dos 22 centavos. O preço estava bem acima do tempo da média do período. E por que estava bem acima? Por causa de alguns anos de redução dos estoques.

Mundo Agro: Índia e Brasil tiveram produção perto da máxima histórica. Mas o mercado global teve oferta restrita durante este ano. O que aconteceu?


Lucas Brunetti: A gente tem o Brasil produzindo bastante. A Índia também esteve muito próximo do recorde. Mas alguns países como a Tailândia diminuíram a produção. Agora começamos a olhar a próxima safra 24-25 no mercado internacional, mas não sabemos o que vai acontecer. Temos expectativas de que volte a crescer. O México e a América Central também tiveram safra ruim. Então, mesmo que os dois grandes produtores tenham safras boas, o resto do mundo começou com safras um pouco piores.

Mundo Agro: Como foi a produção de açúcar e etanol em 2024. Superou expectativas?


Lucas Brunetti: Foi uma safra que teve seus desafios, tivemos um período extremamente seco, esperávamos uma queda de safra, mas não foi grande, a produção foi prejudicada pelo incêndio que aconteceu em São Paulo e por alguns problemas na qualidade da cana. Não foi excepcional para a produção de açúcar, mas você também teve uma parte boa, que foi uma produção de etanol um pouco maior do que esperado. A surpresa porque normalmente a usina quer fazer dois produtos, açúcar ou etanol. Queriam fazer mais açúcar, porque estava remunerando melhor, mas acabou produzindo um pouco mais de etanol.

Mundo Agro: Qual perspectiva para o setor em 2025/2026?

Lucas Brunetti: A gente espera um ano meio desafiador. Temos dúvidas do que vai acontecer com essa cana, se vamos ter mais ou menos. Viemos de um período muito seco no centro-sul do Brasil. É importante lembrar que a cana é uma cultura perene, então o que acontece num ano é trazido para o outro ano. Esperamos preços de açúcar um pouco menores nessa safra, mas a demanda de etanol deve ser muito boa e deve ter também preços bons.

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