O Ministério Público Federal denunciou nesta segunda-feira (31) 13 ex-diretores da Americanas por associação criminosa, falsidade ideológica, manipulação de mercado pelas fraudes. Além disso, a Polícia Federal vai investigar se funcionários do Itaú e do Santander estão envolvidos no esquema.A investigação sobre a conduta de funcionários dos bancos foi aberta para apurar declarações dadas em delação premiada por Fábio Abrate, ex-diretor Financeiro e de relações com Investidores da Americanas.Abrate disse à Polícia Federal que um dos métodos para esconder os rombos financeiros do balanço da empresa era a ocultação das dívidas de “risco sacado”.O risco sacado é um empréstimo feito por empresas para pagamento de fornecedores. Na hora de informar o balanço, a receita aparecia, mas as despesas para pagamento desses empréstimos não. Segundo a delação, os executivos contavam com a ajuda de funcionários dos bancos que atuavam com a empresa. A PF apura agora a conduta dos funcionários que estariam atuando para alterar as “cartas de circularização”, que alertam o mercado sobre comprometimento financeiro daquela instituição, escondendo as operações de risco sacado e impedindo que a fraude fosse identificada pela auditoria.Abrate colaborou com as investigações da PF e na última segunda o MPF denunciou 13 ex-executivos da Americanas que teriam ocultado um rombo bilionário nas contas da companhia. Um saldo negativo de R$ 25,2 bilhões estava sendo maquiado pelos executivos. A reportagem entrou em contato com as assessorias de Itaú e Santander para falar sobre o caso. O Itaú negou qualquer participação, direta ou indireta, na fraude das Americanas. O Santander ainda não respondeu.“O Itaú Unibanco nega qualquer participação, direta ou indireta, na fraude contábil que a Americanas sofreu. O banco sempre prestou às auditorias e aos reguladores informações corretas e completas sobre as operações contratadas pela empresa, conforme legislação vigente e melhores práticas de mercado. Conforme já esclarecido, os informes enviados às auditorias sempre alertavam para a existência das operações de risco sacado e da exposição de crédito da companhia aos fornecedores. Os diretores da Americanas envolvidos na operação interagiram com representantes do Itaú no sentido de retirar os alertas, como admitiu o ex-diretor Fabio Abrate em seu depoimento. O banco nunca concordou com esse pedido e, diferentemente do que informou Abrate, manteve o texto que sinalizava a exposição da companhia ao risco sacado. O Itaú, inclusive, interrompeu, por mais de 6 meses, as operações de risco sacado. O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é de responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa e repudia qualquer tentativa de responsabilização de terceiros por falhas ou fraudes nessas demonstrações.”Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp